Porto Alegre, 27 de julho de 2017 – Em razão do enorme rebanho brasileiro,
com seus 220 milhões de bovinos, sendo o maior rebanho comercial do mundo -,
o Brasil deve ter um Banco de Antígeno e de reservas de Vacinas contra Febre
Aftosa. A avaliação é do presidente interino do CNPC – Conselho Nacional da
Pecuária de Corte, Sebastião Guedes e foi feita durante recente reunião para
debater o tema, realizada em Brasília, e da qual participaram o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Centro Pan-americano de Febre Aftosa
(Panaftosa) e delegações públicas e privadas dos países Sul Americanos, bem
como organizações internacionais.
Guedes acrescenta que o futuro Banco deverá ter a supervisão do
Panaftosa, uma vez que se trata de organismo respeitado e com mais de 60 anos de
atividade. “Acreditamos que a constituição desse banco é essencial para
efetuarmos a retirada da vacinação. O Brasil pelo porte de sua pecuária deve
liderar a erradicação e a retirada da vacina em nosso continente. Outros
países, com certeza e rapidamente, nos acompanharão”, ressaltou o presidente
interino do CNPC.
Durante a reunião o CNPC propôs que seja permitida a manipulação de
antígenos no nosso continente, mas aqueles não prevalentes não devem ser
manipulados na região. “Nesse caso, devemos importar concentrados inativados
ou vacinas prontas de fornecedores internacionais experientes na área, como,
por exemplo, a França”, afirmou Guedes.
A forma de custeio e de financiamento do futuro banco ainda precisa ser
definida. Guedes recorda que, na pesquisa feita após o simpósio “2020 – o
Futuro do Brasil Sem Aftosa” não houve definição quanto à forma de custeio
ser privada, pública ou mista. Para o CNPC, o custeio deve ser feito por um
fundo privado nacional previsto em lei e também por contribuições de
entidades da cadeia produtiva, além de fornecedores de insumos. “O
gerenciamento desse banco deve contar também com membros do setor privado”,
comenta Guedes, acrescentando que as regras para aquisição de antígenos e
vacinas precisam ser previamente esclarecidas pelo Panaftosa.
No entender do CNPC, a primeira vacina a ser armazenada no futuro banco
deve ser contra o vírus “C”. O banco deverá ter reserva de vacinas aquosas
hidroxi-saponinadas, devido à rápida indução de imunidade, outra parte
poderia ser de oleosa. Outro ponto a ser definido é um plano estratégico de
armazenamento e distribuição das doses.
Sobre o CNPC
O CNPC é uma entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo desenvolver
estratégias para o crescimento da pecuária de corte nacional e estabelecer
relações entre os vários agentes, representando a cadeia produtiva junto aos
governos estaduais e nacional, bem como nos fóruns de discussão internacional
que promovam a sanidade, o bem-estar animal e a segurança alimentar. Criado em
1982, a entidade tem representantes nos principais Estados que se destacam na
pecuária nacional sendo atualmente presidida interinamente pelo médico
veterinário Sebastião Costa Guedes. As informações partem da assessoria de
imprensa da CNPC.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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