Porto Alegre, 27 de abril de 2016 – Começa no próximo domingo, 1o de
maio, a primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa, que será realizada
em Minas Gerais. Produtores rurais terão até 31 de maio para vacinar bovinos
e bubalinos, independente da idade. Deverão ser imunizados em Minas cerca de
23,9 milhões de animais.
A vacinação do rebanho permanece obrigatória e como principal forma de
se prevenir contra a doença. O produtor que não vacinar os animais estará
sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por
animal, o equivalente a R$ 75,27 por cabeça.
Minas Gerais completa em maio 20 anos sem registro de focos de febre aftosa
no seu rebanho. “Estas duas décadas sem a doença no plantel mineiro são um
marco importante para todos os elos da cadeia produtiva da bovinocultura
mineira”, argumenta Márcio Botelho, diretor-geral do Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA), órgão responsável pela gestão da campanha de
vacinação em Minas.
“Ganham os produtores, que têm o seu gado protegido contra a doença,
permitindo a continuidade do seu negócio, e ganham também os consumidores, com
a garantia do abastecimento dos produtos da bovinocultura (carne, leite e
derivados) com qualidade e segurança alimentar”, ressalta Botelho.
Exportações
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho bovino do Brasil, com 23,9
milhões de cabeças e lidera o ranking nacional da produção de leite com 9,3
bilhões de litros/ano. Amparado nesses indicadores, Márcio Botelho lembra que
os 20 anos sem registro de aftosa são importantes também para as
exportações mineiras, pois têm garantido a Minas o status de área livre de
febre aftosa com vacinação junto à Organização Internacional de Saúde
Animal (OIE), o que permite ao estado o acesso aos mercados internacionais.
Em 2015 as exportações mineiras de carne bovina somaram 99 mil toneladas,
com faturamento de US$ 399,6 milhões e, no primeiro trimestre deste ano, já
contabilizaram US$ 98,3 milhões. Os principais países compradores do produto
mineiro, em 2015, foram Hong Kong em primeiro lugar, com 24,1% das vendas
externas de Minas, seguido pela China (14,4 %) Israel (9,5%), Rússia (8,8%) e
Chile (7,4%). Os dados são Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), analisados pela Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Vacinação
O gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Costa Negro Dias
explica que o produtor rural deve adquirir a vacina em estabelecimentos
registrados para o comércio de produtos de uso veterinário, apresentando no
ato da compra o n do CPF do produtor rural. Após a compra é fundamental a
correta conservação da vacina, que deverá sempre estar numa temperatura entre
dois e oito graus centígrados, de forma a garantir sua eficácia na
imunização do rebanho. Durante a execução da vacinação a vacina deve ser
mantida em caixa de isopor com gelo, da mesma forma que a seringa, quando não
estiver sendo utilizada. “É importante também programar a aplicação para
os horários mais frescos do dia”, diz.
Os produtores deverão adquirir a vacina dentro do mês de maio e terão
até 10 de junho para comprovar a vacinação dos animais perante o IMA. Esta
comprovação pode ser feita de duas formas após aquisição da vacina em
quantidade compatível com a exploração pecuária e a vacinação do rebanho,
explica Natanael Lamas Dias, fiscal agropecuário do IMA e coordenador, em
Minas, do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa
(PNEFA). Na primeira, o produtor realiza a declaração por meio do site do IMA
(www.ima.mg.gov.br) . Outra opção é levar a declaração de vacinação já
preenchida juntamente com a nota fiscal de compra das vacinas a um dos
escritórios do IMA.
Sintomas
Natanael Lamas Dias alerta que na ocorrência de um foco da doença o
prejuízo para os pecuaristas não se restringe apenas ao bloqueio das
exportações e queda imediata de seu faturamento. “Procedimentos como o
sacrifício de animais susceptíveis à doença que entraram em contato com o
gado infectado deverão ser adotados” explica.
Dias relata que a febre aftosa é uma doença viral altamente
transmissível e que pode se espalhar rapidamente se medidas de controle e
erradicação não forem implementadas desde a sua detecção. Entre os sintomas
estão febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas. Os animais
infectados babam, mancam, arrepiam o pelo e param de comer e beber, com queda na
produção de carne e leite.
Vigilância
O diretor-geral do IMA pondera que para a conquista e manutenção do
status de área livre com vacinação tem sido fundamental o compromisso dos
produtores rurais mineiros com a imunização dos animais, vacinando o plantel
anualmente em duas etapas, maio e novembro. Ele ressalta também o trabalho de
orientação, fiscalização e vigilância realizado pelo IMA junto aos
produtores rurais, às propriedades e ao rebanho. “O IMA integra o sistema da
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o
conjunto de seus servidores tem realizado um trabalho que é essencial para a
defesa agropecuária de Minas”, ressalta. “Importante também o trabalho e a
parceria das entidades representativas dos produtores rurais”, disse. Com
informações da assessoria de imprensa do IMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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