Porto Alegre, 15 de dezembro de 2017 – A Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) contestou a decisão do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) de disponibilizar ao produtor rural só em 2019
as mudanças da vacina contra a febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino do
país. A CNA pede que o governo priorize essa questão e coloque a vacina no
mercado já em 2018.
Durante a reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina, na quarta-feira
(13), em Brasília, o Ministério da Agricultura informou aos participantes que
a nova fórmula da vacina não estaria pronta no ano que vem.
A decisão desagradou a CNA já que, em julho deste ano, a entidade assinou
uma Nota Técnica pedindo a mudança na composição da vacina com a redução
do volume da dose, de 5 ml para 2 ml, e a retirada da substância saponina. De
acordo com a entidade, a demora do posicionamento do Ministério demonstra uma
falta de priorização da cadeia, que tem sofrido com o embargo da carne
brasileira pelos Estados Unidos.
Para o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA,
Antônio Pitangui de Salvo, foi uma “surpresa negativa” saber que o produtor
só terá a vacina com a nova fórmula à disposição em 2018. “Era uma
exigência e uma necessidade do produtor ter o mais rápido possível essas
vacinas com menor dosagem e sem a saponina, que é um coadjuvante que causa
também esses abscessos”, disse.
Pitangui explicou ainda que a vacina trouxe muitos benefícios, já que o
Brasil exporta praticamente para o mundo inteiro e está livre há mais de 20
anos da doença. “Mas também sabemos do que ocorreu no começo deste ano com
o embargo dos EUA, que ainda não voltou a comprar a carne brasileira porque
não sente segurança de que esses abscessos terminaram por completo”,
destacou.
Prejuízos
Estimativas indicam que o produtor perde, em média, 2 quilos de carne por
animal abatido, quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas.
As entidades lembram que o pecuarista já possui gasto com a compra da vacina,
além de não ser ressarcido pela carne descartada. Aproximadamente, são R$ 600
milhões despendidos por ano na aquisição do produto levando em
consideração um rebanho de 215 milhões de cabeças vacinadas no país. As
informações partem da assessoria de comunicação CNA/SENAR.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2017 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 30/04/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.836,67Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 72,23Preço base - Integração
Atualizado em: 29/04/2025 09:50