Porto Alegre, 10 de dezembro de 2020 – A produção de ovos de galinha
chegou a 1,01 bilhão de dúzias no 3o trimestre deste ano. É a maior
registrada na série histórica, iniciada em 1987. Houve aumentos de 3,8% na
comparação com o 3o trimestre de 2019 e de 3,6% frente ao apurado no 2o
trimestre de 2020. Os dados são das Pesquisas Trimestrais da Produção
Pecuária, divulgadas hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística.
De acordo com o supervisor das pesquisas, Bernardo Viscardi, o aumento na
produção de ovos reflete uma mudança no consumo das famílias. “A alta no
preço das carnes, registrada ao longo do 3o trimestre, tende a fomentar o
consumo de ovos de galinha, por se tratar de uma fonte de proteína mais
acessível”, diz ele, detalhando que o pico de produção ocorreu em agosto,
quando foram contabilizadas 338,76 milhões de dúzias.
Entre os rebanhos, o abate de frangos atingiu 1,51 bilhão de cabeças no
3o trimestre, aumento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2019 e de 7,0%
na comparação com o 2o trimestre de 2020. No comparativo mensal, foi
registrado o melhor mês de julho de toda a série histórica, que começa em
1997.
“A maior demanda das famílias por proteínas mais acessíveis também
impulsionou o desempenho do abate de frangos, que se aproximou do patamar
recorde atingido no 1o trimestre de 2020, período em que os efeitos da pandemia
ainda estavam no início. Os três estados do Sul lideram o setor: Paraná, com
32,9% da participação nacional, seguido por Rio Grande Sul (14,0%) e Santa
Catarina (13,5%)”, comenta Viscardi.
O abate de suínos também cresceu, alcançando o novo recorde de 12,71
milhões de cabeças no 3o trimestre de 2020, o que representa aumentos de 8,1%
em relação ao mesmo período de 2019 e de 4,5% na comparação com o 2o
trimestre de 2020. Esse é maior resultado da série histórica, com destaque
para os meses de julho e agosto, que registraram os maiores níveis da
atividade. “Os meses mais frios do ano, geralmente, coincidem com o aumento do
abate desse animal, impulsionado pelo aumento do consumo interno. Além disso, o
desempenho recorde das exportações de carne suína no período também
contribuiu com o resultado do setor”, explica o analista do IBGE.
Por outro lado, o abate de bovinos continuou caindo no 3o trimestre. Foram
7,69 milhões de cabeças, quantidade 9,5% inferior à obtida no 3o trimestre de
2019, mas 4,6% acima da registrada no 2o trimestre de 2020. Foi o menor
resultado para um 3o trimestre desde 2016. Na comparação mensal, agosto
apresentou a maior queda em relação à 2019, com menos 12,4% de cabeças
abatidas. “A queda no abate de bovinos vem desde o início do ano,
principalmente por conta da restrição da oferta de fêmeas pelos pecuaristas.
Apesar da retração da atividade na comparação anual, nos meses de julho e
agosto foram verificados recordes para a exportação de carne bovina, mesmo
produzindo menos internamente”, acrescenta Bernardo Viscardi.
Aquisição de leite chega a 6,45 bilhões de litros, maior volume da
série
A aquisição de leite cru também foi recorde, com 6,45 bilhões de litros
coletados no 3otrimestre. Só em agosto foram captados 2,18 bilhões de litros
de leite. O resultado representa um aumento de 2,6% em relação ao 3o trimestre
de 2019, e alta de 10,7% em comparação com o 2o trimestre de 2020. É o
maior volume desde 1997, início da série histórica. “Isso mostra uma
recuperação do período do isolamento social, quando a alimentação fora do
domicílio ficou restrita devido ao coronavírus. O consumo de queijo e outros
laticínios, que ajudam a movimentar esse mercado, está muito relacionado à
alimentação fora de casa”, afirmou Viscardi.
Os curtumes, por outro lado, declararam ter recebido 8,19 milhões de
peças de couro bovino, uma redução de 4,6% em relação ao adquirido no 3o
trimestre de 2019 e alta de 11,9% frente ao 2otrimestre de 2020. O mês de maior
aquisição foi julho, quando foram registradas 2,84 milhões de peças. Cabe
lembrar que a Pesquisa Trimestral do Couro investiga apenas os curtumes que
efetuam curtimento de pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por
ano. “O desempenho do couro acompanha o abate de bovinos. O isolamento social
afetou muito a exportação couro, que ainda vinha enfrentando uma
desvalorização por conta da concorrência com a fibra sintética”, encerra o
analista. As informações partem do IBGE.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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