Porto Alegre, 15 de setembro de 2023 – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou em
agosto a estimativa de recorde na produção e exportação de proteínas (suínos, aves e bovinos)
em 2023. A expectativa é que a produção alcance 29,6 milhões de toneladas, com uma previsão de
exportação de 9 milhões de toneladas. Mesmo com a alta no volume exportado, a disponibilidade de
proteínas no mercado nacional será de 20,44 milhões de toneladas, registrando um crescimento de
2,4% em relação a 2022.
O recorde é reforçado pela suinocultura, com alta projetada em 2,7% em relação ao ano
passado, perfazendo 5,32 milhões de toneladas. A bovinocultura deve produzir 9 milhões de
toneladas e o setor de aves, 15,21 milhões de toneladas. O aumento da oferta de carnes no mercado
interno tem auxiliado na redução de preços da cesta básica e ajudado no controle da inflação.
Mesmo com percalços como a guerra da Ucrânia em 2022, que encareceu o preço dos fertilizantes
e o custo dos grãos (afetando consequentemente os setores de avicultura e suinocultura), a
produção de carnes do Brasil manteve sua tendência de crescimento.
Durante a pandemia, o auxílio emergencial sustentou a demanda por carnes no país. Porém, o
segmento de proteínas enfrentou outros desafios, conforme explicou o técnico do Departamento
Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) Thiago Rocha.
“Com a retomada das atividades, após a fase mais crítica da pandemia, tivemos o advento da guerra
na Ucrânia, entretanto, após alguns meses as coisas foram se acomodando e foi observado recuo do
preço dos fertilizantes, um elemento imprescindível para a produção de grãos e, por
consequência, diminuição dos custos para as cadeias produtivas dependente de grãos. Essa
diminuição fez com que o setor produtivo mantivesse os índices de produção tanto para porco
quando para frango”, afirmou Rocha.
No estado de São Paulo, a maior contribuição para a produção nacional de proteínas é na
produção de frangos e ovos, lembrando que a proteína mais consumida no país é a carne de
frango. O Estado de São Paulo conta com o município de Bastos, por exemplo, que é a região
considerada a capital dos ovos. Segundo Thiago Rocha essa produção paulista ficou ainda mais
relevante diante dos surtos de gripe aviária na Europa e nos Estados Unidos.
“Houve abatimento de muitos planteis em razão da condição sanitária. Tanto de avicultura de
corte quanto de avicultura de postura. A oferta na Europa e nos Estados Unidos diminuiu. Porém, a
demanda continuou a mesma e isso fez com que o Brasil, de maneira competitiva, conseguisse ocupar
alguns espaços no mercado internacional”, afirmou Thiago Rocha.
Sobre a bovinocultura, Rocha explica que o país vive a transição de fase do ciclo pecuário.
Isso porque, dois anos atrás, observou-se alta no valor do bezerro, fazendo com que o produtor
apostasse na atividade de cria. Porém, no atual momento, notamos excedente de animais prontos e
queda da atratividade na atividade de cria, com a redução do valor do bezerro, que impulsionou
grande abate de fêmeas, tanto vacas gordas quanto novilhas. Além disso, a China, principal
parceira comercial, logo no início do ano, freou temporariamente importação em decorrência de um
episódio de BSE atípico, esses fatores combinados foram preponderantes para a queda do valor da
arroba.
“O pecuarista de corte está pressionado, tendo de equalizar a conta dos investimentos,
principalmente das compras de bezerro caro. Hoje esse pecuarista não está encontrando preço para
equiparar aos investimentos. O ciclo pecuário no momento é o descarte de fêmeas”. As
informações são da FAESP.
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50