Porto Alegre, 8 de abril de 2020 – Em meio a pandemia ocasionada pela
Covid-19 é importante prestar esclarecimentos sobre os coronavírus que
acometem animais, para responder uma das dúvidas: é possível a transmissão
do coronavírus aviário, que é diferente da Covid-19, para os seres humanos? A
resposta é não, segundo os pesquisadores do Instituto Biológico (IB-APTA),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“A população não precisa ficar preocupada com a possibilidade de
contrair coronavírus aviários, uma vez que os mesmos não são transmitidos
para os humanos, pois não se trata de uma zoonose”, afirma Renato Luís
Luciano, pesquisador do Centro Avançado de Pesquisa Avícola do IB. Também
não há evidências científicas da transmissão da Covid-19 dos humanos para
as aves, uma vez que até o momento não foi detectada a presença da Covid-19
em aves. “Portanto, o consumidor de carne de frango e ovos não precisa deixar
de consumir esses alimentos”, afirma o pesquisador do IB.
Renato explica que o coronavírus aviário pertence à família
Coronaviridae, que inclui o gênero Gammacoronavirus. O agente mais importante
é o vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBI), que se replica no trato
respiratório superior nas aves (traqueia e pulmões), e dissemina-se pelos
tratos reprodutivo e intestinal, além de rins e tecidos linfoide. “Aves de
todas as idades são susceptíveis e a transmissão da infecção por esse
vírus ocorre por contato direto ou indireto, com morbidade e mortalidade
variando de 5% a 20% dos infectados”, explica.
Os prejuízos relacionados com a bronquite infecciosa das galinhas afetam
tanto a produção de carne, quanto a produção de ovos e incluem perdas
econômicas ocasionadas pela diminuição de ganho de peso, queda nos índices
produtivos, aumento nas taxas de mortalidade e condenação de carcaças. Dados
do Banco Mundial apontam a bronquite infecciosa das galinhas como a segunda
enfermidade de maior impacto econômico no mundo. No Brasil, estudos de campo
demonstram prejuízos de 9,88 milhões de dólares em frangos de corte no
Paraná e mais de 1,6 milhão de dólares em galinhas reprodutoras.
Não há tratamento específico para a doença. Para o controle da VBI são
adotadas medidas de biosseguridade, tais como limpeza, desinfecção das
instalações e adoção de vazio sanitário. Para a prevenção, são
utilizadas vacinas vivas ou inativadas. “No entanto, surtos de infecção pelo
VBI continuam ocorrendo em aves vacinadas, devido à baixa proteção cruzada
conferida pelas estirpes vacinais em relação às variantes de campo”, diz
Renato.
Segundo o pesquisador do IB, existem outros tipos de coronavírus que
acometem as aves, como o TCoV nos perus e o GfCOV na galinha-d’angola.
“Vírus análogos também foram detectados em faisões, pavões e codornas,
além de não galiformes, como Columbiformes, Pelecaniformes, Ciconiiormes,
Psittaciformes e Anseriformes. Porém não causam doença em humanos”, afirma o
pesquisador.
O CEAV-IB realiza o monitoramento sorológico do VBI nos plantéis
avícolas, com a finalidade de verificar a eficiência dos programas vacinais
adotados pelas empresas avícolas. Nos locais onde não se utilizam vacinas para
o VBI, o diagnóstico sorológico pode ser presuntivo da enfermidade. Os exames
são realizados por meio da técnica de ELISA. O laboratório é acreditado
pelo INMETRO, na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, desde 2013. Em 2019, o
laboratório realizou 5.901 análises para detecção de anticorpos para o VBI.
As informações partem da assessoria de imprensa da Secretaria da Agricultura e
do Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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