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CARNES: Em Dubai, crise gera apreensão em exportadores brasileiros-ABPA

24 de fevereiro de 2016
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Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2016 – O clima de negócios está
fervendo em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com a realização da Gulfood,
maior feira de alimentos do Oriente Médio. O Brasil é um dos destaques do
evento, com estandes de diversos setores que fornecem produtos para a região
árabe. Dentre os exportadores de carne de frango são 17 empresas
participantes, por meio de ação organizada pela Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA).

Apesar da grande movimentação da feira e consolidação de negócios
do Brasil com clientes do Oriente Médio (principal importador de carne de
frango do Brasil, com quase 1,6 milhão de toneladas em 2015), o
presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, destacou que há um clima de
apreensão entre os exportadores que participam do evento.

“Várias empresas estão receosas sobre fechar contratos de longo prazo
devido ao momento de incerteza no Brasil, frente às instabilidades dos
elementos que compõem os custos”, disse. Turra se refere ao aumento de mais
de 30% no preço do milho, registrado neste início de ano. Outros fatores
também impactaram essa conta, como a energia e os custos de mão de obra.

O Brasil é um tradicional fornecedor de alimentos para o Oriente
Médio. Ocupa hoje a liderança mundial na produção e exportação de carne
de frango halal (especifico para o mercado islâmico). Dos cinco maiores
importadores do produto brasileiro, dois são da região – Arábia Saudita e
Emirados Árabes Unidos.

Conforme o presidente-executivo da ABPA, o mercado árabe segue aquecido
para a carne de frango produzida no Brasil, com bons níveis de compras de
produtos. Em janeiro, a Arábia Saudita (principal destino do setor
brasileiro) importou 24% a mais que no mesmo período do ano passado, índice
próximo do crescimento registrado pelos Emirados Árabes Unidos, de 20%.
Percentualmente, o incremento foi ainda mais expressivo nos embarques para o
Kuait, com 74% de elevação, e o Egito, com 638%.

“É fato, entretanto, que esta demanda elevada somada às altas no
custo de produção tem levado a um realinhamento do preço praticado no
comércio internacional”, completa Turra. A Gulfood encerra sua programação
amanhã. As informações partem da Assessoria de Comunicação da ABPA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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