Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2023 – O pecuarista deve ficar atento quando os bovinos se
aglomeram em busca de água ou buscam fontes de sombra nas horas mais quentes do dia, pois são
sinais de que os animais estão sob estresse térmico. Em termos técnicos, o que os bovinos buscam
é a homeostase, processo de regulação do estado de equilíbrio do organismo, alcançado a partir
da dissipação do calor ou anulação de uma das fontes de calor. “Em um país tropical como o
Brasil, cenas como essa são frequentes em diferentes regiões e épocas do ano, merecendo atenção
dos produtores especialmente no verão”, alerta o gerente de produtos e serviços técnicos para
pecuária de corte da Phibro Saúde Animal e zootecnista, Leonardo Guimarães.
Em períodos mais quentes, a temperatura do ar supera a temperatura corporal do animal durante a
maior parte do dia, resultando em maior dificuldade de perda de calor. Esse cenário é agravado
pela maior radiação solar, baixa incidência de ventos e predominância de chuvas, que,
associadas, elevam o estresse térmico”, complementa Guimarães.
A combinação desses fatores aumenta o acúmulo do calor pelos animais durante o dia. Além
disso, dependendo do clima à noite (temperatura e umidade do ar), o rebanho enfrenta dificuldade
para eliminar o calor absorvido e acumulado. “Em situações assim, notamos sinais clássicos de
estresse térmico nas primeiras horas do dia, quando naturalmente não se deve observar nenhum
animal com frequência respiratória elevada e produção excessiva de saliva, por exemplo”, explica
o zootecnista da Phibro.
A alteração no comportamento, buscando reduzir a temperatura corporal é o principal indicador
visual de estresse térmico em bovinos. A aglomeração é um sinal peculiar de animais sob
circunstâncias de calor. “Bovinos em situação de estresse térmico em locais sem nenhuma fonte de
sombra tendem a se aglomerar. Isso ocorre geralmente perto dos bebedouros, onde há menor
temperatura do solo”, diz o gerente da Phibro.
Outro sinal para despertar a atenção dos criadores é que bovinos sob estresse térmico
costumam se deitar na sombra dos outros, buscando área no chão mais fresca para descansar e
dissipar o calor.
“Uma resposta fisiológica ao calor é o aumento da frequência respiratória. Em alguns casos,
ela é tão elevada que o animal passa a respirar com a boca aberta buscando melhorar a troca de
calor com o meio. Resultado: há aumento no gasto de energia para este tipo de evento e o ganho de
peso não é o mesmo de situações de conforto térmico. Afinal, o estresse também causa queda no
consumo de matéria seca – e animal que não come não engorda, podendo gerar prejuízo”, detalha
Leonardo Guimarães. E, além de prejudicar o bem-estar do rebanho, o estresse térmico acarreta
vários eventos do ponto de vista fisiológico, afetando diretamente o desempenho produtivo dos
animais.
Segundo o zootecnista, estimar as perdas decorrentes do estresse térmico é difícil, mas é
possível. Considerando um valor médio de eficiência alimentar de 0,145 quilo de ganho médio
diário (GMD) por quilo de matéria seca (MS) ingerida. Se um bovino deixar de comer 0,65 kg de MS
durante o período de calor intenso, a perda potencial é da ordem de 0,094 kg de GMD. Isso
significa que em 60 dias o animal deixa de ganhar cerca de 5,64 kg de peso vivo”, finaliza. As
informações partem da assessoria de imprensa da Phibro Saúde Animal.
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45