Porto Alegre, 31 de outubro de 2017 – O ex-diretor de Relações
Institucionais da J&F Ricardo Saud invocou, nesta terça-feira (31), o direito
constitucional de ficar calado na reunião da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) da JBS marcada para ouví-lo.
Diante da insistência dos parlamentares em questionar o ex-executivo, Saud
disse apenas que falará caso o acordo de delação premiada dele seja
reestabelecido. “Tão logo as premissas do acordo de delação premiada sejam
reestabelecidas ninguém tem mais interesse de falar que eu”, garantiu aos
membros da CPMI.
Em setembro, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
decidiu rescindir o acordo de colaboração dos delatores da JBS Joesley Batista
e Ricardo Saud e oferecer denúncia contra eles por obstrução de Justiça.
Janot também solicitou a conversão da prisão temporária de ambos em
preventiva. Os pedidos foram aceitos pelo relator da Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. Atualmente Ricardo Saud está preso no
Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e Joesley Saud está na sede da
superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa.
A decisão da Procuradoria de rescindir o acordo ainda precisa ser
homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF. A rescisão do acordo dos
delatores foi tomada após investigação aberta por decisão de Janot para
apurar a omissão de informações no acordo de colaboração premiada firmado
por três dos sete delatores da JBS após a descoberta de novas gravações.
A CPMI da JBS foi criada para investigar irregularidades envolvendo as
empresas JBS e J&F (holding que controla a JBS) em operações realizadas com o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BNDES-PAR
ocorridas entre 2007 a 2016. Os parlamentares também querem investigar os
procedimentos do acordo de colaboração premiada entre o Ministério Público
Federal e os acionistas das companhias. Com informações da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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