Porto Alegre, 20 de janeiro de 2016 – O comércio exterior deve ser a
principal fonte de receitas das grandes processadoras de carne em 2016, a
exemplo do que ocorreu em 2015. O cenário doméstico deve continuar
desanimador, com margens apertadas. As exportações devem, por outro lado,
representar um desempenho favorável nos três principais mercados de carnes:
bovina, frango e suína.
“O próximo ano deve ser muito tenso, com baixo poder aquisitivo e sem
dinamismo”, afirma Alexandre Mendonça de Barros, sócio do MB Agro. A
consultoria projeta que a dívida pública deva atingir 72% do Produto Interno
Bruto (PIB) em 2016 e que o desemprego rompa a faixa dos 10% da população
economicamente ativa.
Em sentido oposto, as oportunidades no mercado externo podem compensar o
mercado doméstico. De acordo com Barros, as exportações australianas de
carne bovina devem ceder em até 600 mil toneladas até 2017, o que abre uma
janela de oportunidade para o Brasil.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec), estima-se que haja um aumento das exportações para mercados que
estão abrindo as portas para o Brasil em 2016. As exportações para a China
devem somar US$ 1,3 bilhão e US$ 230 milhões para Arábia Saudita, Bahrein,
Kuwait e Qatar. E Estados Unidos, mercado que deve iniciar as importações no
começo de 2016, deve representar receita bruta de US$ 102 milhões.
No mercado interno, os preços de carne de frango e suína devem seguir
altos influenciados pelo aumento da valorização do dólar ante o real, o que
pressiona o custo com grãos usados na alimentação dos animais. Isso deixará
o mercado interno ainda menos atraente para as companhias do setor.
No mercado externo, porém, os preços internacionais devem cair pela
razão inversa. Os preços em dólar dos grãos caem, pressionando essas
proteínas, segundo avalia de Mendonça de Barros.
Tentando aproveitar esse cenário externo favorável, as grandes
empresas do setor devem direcionar esforços para ampliação e abertura de
novos mercados. “Em 2016, nossos alvos são Taiwan, Camboja, em negociações
avançadas, República Dominicana, mais plantas na China – em torno de 20 que
estão para ser habilitadas”, comenta Francisco Turra, presidente da
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ao falar dos destinos da
carne de frango.
Em 2016, as processadoras de alimento terão de trabalhar as janelas de
oportunidade geradas por problemas de fornecimento de proteína em outros
países. No caso da carne de frango, a gripe aviária continuará a influenciar
o mercado global. Em 2015, a ABPA acredita que cerca de 100 mil toneladas de
carne exportadas pelo Brasil são decorrentes de mercados que os Estados Unidos
não conseguiram atender.
Para 2016, ainda haverá reflexos da gripe nas exportações para China e
Tailândia, mercados que podem alavancar as vendas do Brasil. As informações
partem da Agência CMA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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