CARNES: Exportações fracas ainda devem impactar resultados da BRF no 1T17

Porto Alegre, 10 de maio de 2017 – Os resultados internacionais mais fracos
da BRF, com o câmbio impactando as margens das exportações, ainda devem
refletir no balanço do primeiro trimestre da companhia, apesar de números
melhores no mercado doméstico, avaliam analistas do setor.

As projeções colhidas pela Agência CMA apontam que a BRF terá prejuízo
líquido de R$ 135,920 milhões nos três primeiro meses do ano, melhor do que
o prejuízo de R$ 460 milhões que registrou no último trimestre do ano
passado, mas uma piora frente ao mesmo trimestre de 2016, quando teve lucro de
R$ 39 milhões.

Já a receita líquida da companhia deve atingir R$ 7,994 bilhões, queda
de 2% na comparação anual, enquanto o ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) deve ter queda ainda maior, de 36%, para R$
658,060 milhões.

Para os analistas do BTG Pactual, Thiago Duarte e Vito Ferreira, o segmento
internacional deve continuar apresentando margens estreitas. “Nós não
antecipamos nenhuma melhora nas fracas margens já vistas no quarto trimestre de
2016, com a margem ebitda internacional ficando em 5,4%”, afirmaram em
relatório.

Os analistas do Itaú BBA, Antonio Barrto e Thomas Budoya, também destacam
o desempenho no mercado externo, apontando como o principal culpado das margens
baixas a apreciação do real, que ofuscou outros fatores de custos, como os
menores preços de grãos.

No entanto, acreditam que a reação do mercado será neutra diante dos
resultados consolidados, já que, por outro lado, no mercado doméstico deve se
beneficiar de custos menores.

É que o ressaltam os analistas Pedro Leduc e Ian Luketic, do J.P. Morgan,
afirmando que a divisão brasileira apresentará crescimento de 3% nas vendas na
comparação anual, com ainda um preço médio maior de venda. Os resultados
serão divulgados amanhã após o fechamento do mercado.

Veja abaixo a média das projeções coletadas pela Agência CMA. As
variações são calculadas com base no primeiro trimestre de 2016.

Prejuízo líquido: prejuízo de R$ 135,920 milhões ante lucro de R$ 39
milhões
Receita líquida: queda de 2%, para R$ 7,994 bilhões
Ebitda: recuo de 36%, para R$ 658,060 milhões
Margem ebitda: queda de 4,32 pontos percentuais, para 8,28%

Nesta prévia foram utilizadas projeções dos bancos e corretoras Itaú
BBA, J.P. Morgan, Santander, BTG Pactual e Citi. Com informações da Agência
CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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