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CARNES: FAESC apoia projeto para controle urgente de javalis

9 de janeiro de 2017
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Porto Alegre, 9 de janeiro de 2017 – O projeto que dispõe sobre a
Política Nacional de Fauna apresentado na Câmara dos Deputados pelo
parlamentar federal Valdir Colatto, no fim do ano passado, recebeu total apoio
da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC).
Um dos objetivos do projeto é conter espécies exóticas invasoras que oferecem
risco ao ecossistema, como o javali europeu.

“O javali tornou-se um tormento para os produtores rurais porque destrói
as plantações e ameaça a vida das pessoas que trabalham na área rural”,
resumiu o presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo.

Na fundamentação do projeto está a constatação de que os animais
exóticos formam populações fora de seu sistema e representam ameaças ao meio
ambiente, causam enormes prejuízos à economia, à biodiversidade e aos
ecossistemas naturais. São consideradas a segunda maior causa de perda de
biodiversidade e de culturas agrícolas. As perdas econômicas decorrentes das
invasões biológicas nas culturas, pastagens e nas áreas de florestas são
imensas.

Pedrozo destacou que os perigos à saúde humana são elevados. Cita os
resultados do estudo, que tem apoio da FAPESP, publicados na revista Frontiers
in Ecology and the Environment de autoria do professor Mauro Galetti do
Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio
Claro, do seu doutorando Felipe Pedrosa, da bióloga Alexine Keuroghlian da
Wildlife Conservation Society (Brasil) e do professor Ivan Sazima colaborador do
Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A pesquisa concluiu que a relação entre javalis e morcegos é muito
preocupante. A quantidade de morcegos-vampiros, que transmitem raiva e preocupam
agropecuaristas, pode aumentar no Brasil e nas Américas por conta do
crescimento das populações do javali. Os pesquisadores constataram um aumento
alarmante na distribuição e no número de javalis e porcos ferais. Além
disso, demonstraram que os morcegos-vampiros (Desmodus rotundus) passaram a se
alimentar do sangue destes porcos.

Das cerca de 1.200 espécies de morcegos no planeta, apenas três – todas
das Américas – alimentam-se exclusivamente de sangue. Desmodus rotundus é a
espécie de vampiro com maior distribuição, habitando um território que vai
do México até a Argentina. O animal busca principalmente sangue do gado, mas
há casos documentados de predação também de fauna nativa, como antas e
veados.

Na Mata Atlântica (que inclui Santa Catarina), cerca de 1,4% dos
morcegos-vampiros apresenta o vírus da raiva. A transmissão de raiva por
vampiros é uma das maiores preocupações dos pecuaristas no Brasil, mesmo nas
regiões onde o gado é vacinado. Mas animais selvagens, o que inclui os porcos
ferais, não são vacinados, criando um potencial elevado de disseminação da
doença.

O vírus da raiva é transmitido por meio da saliva de morcegos. O vampiro
D. rotundus é também reservatório de outros vírus com potencial
epidemiológico, como o hantavírus e o coronavírus. Os morcegos-vampiros
gostam muito do sangue dos porcos e passar do porco doméstico para o feral e o
javali deve ter sido simples para um animal adaptável como o vampiro. Porcos
ferais ou javaporcos são animais resultantes do cruzamento entre javalis, uma
espécie selvagem europeia, com suínos desgarrados de fazendas no Brasil.

FERA AMEAÇADORA

Os javaporcos aliam a ferocidade dos javalis com as dimensões e a
fertilidade do porco doméstico, animal selecionado para fornecer mais carne e
crias do que seu ancestral selvagem. Um javali macho adulto chega a 100 quilos.
Um javaporco pode ter mais de 150 quilos e reproduz constantemente.

O Brasil enfrenta uma invasão de javalis e javaporcos sem precedentes na
zona rural, com aumento de 500% desde 2007. Em 1989, javalis ferais no Uruguai
começaram a cruzar a fronteira com o Rio Grande do Sul do Brasil. Foi o início
da infestação que se alastrou para o território catarinense, atingindo as
regiões da serra e do meio-oeste. Javalis e demais suídeos (porcos) em estado
asselvajado são considerados uma das piores espécies exóticas do mundo,
destacam os pesquisadores.

Os javaporcos andam em bandos, são agressivos e muito perigosos. Como o
javali (e o javaporco) é considerado uma espécie nociva à fauna brasileira, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) liberou a caça ao animal em território nacional desde 2013.

A FAESC alertou que o problema não se limita apenas a porcos. Os animais
nativos que são mordidos por morcegos-vampiros, como antas, veados e capivaras,
carregam a ameaça potencial de transmissão de outras doenças virais
existentes nos javalis. Com informações da assessoria de imprensa da FAESC.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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