Porto Alegre, 7 de novembro de 2018 – Os avicultores do município de Campo
Verde estão desde junho deste ano sem produzir. A BRF, principal empresa do
setor no país, encerrou suas atividades avícolas na região desfavorecendo
cerca de 280 aviários que atendiam a empresa. Para melhorar a comunicação e a
negociação entre os avicultores e a BRF, a Federação da Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso (Famato) e a Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA) articularam esta semana uma reunião com o grupo.
O encontro aconteceu no Sindicato Rural de Campo Verde e reuniu
avicultores, representantes da BRF, técnicos da Famato e da CNA.
A reunião resultou em um compromisso firmado pela BRF com os
representantes dos avicultores permitindo a utilização por tempo determinado
do abatedouro de Várzea Grande, caso a empresa venda a estrutura instalada em
Campo Verde.
Na avaliação da assessora técnica da CNA, Ana Ligia Lenat, a situação
dos produtores rurais de Campo Verde é sensível e precisará da
representatividade do Sindicato Rural de Campo Verde, da Famato e da CNA para
intermediar um canal de negociação. “Os avicultores de Campo Verde estão
sem produção, sem alojar frangos há aproximadamente seis meses. A situação
é delicada”, alertou Ana Ligia.
A última conversa com a BRF e os avicultores de Campo Verde foi em junho
deste ano, quando a empresa se comprometeu em repassar uma quantia financeira
para cada avicultor por um período de seis meses. Porém, o prazo está
acabando e o futuro dos avicultores ainda é incerto.
“Essa reunião foi uma iniciativa da ACAV, com o apoio da Famato e CNA,
renova nossas esperanças. Esse anúncio da BRF registrado em ata, de que vai
ceder o abatedouro de Várzea Grande, reconstrói nossas expectativas para que
surjam novos parceiros”, afirmou o presidente da Associação Campoverdense de
Avicultura (ACAV), Clodoaldo Gomes.
Segundo Gomes, os avicultores integrados à BRF somam um ativo de
aproximadamente R$ 150 milhões. “Isso significa que somos parte importante no
negócio e necessitamos de mais transparência sobre as negociações. Essa
reunião demonstrou que conseguimos abrir um canal de comunicação com a
empresa”, acrescentou.
A reunião foi o primeiro passo para mostrar ao produtor quais são as
expectativas da BRF e as estratégias para a planta de Várzea Grande. A BRF
informou que está aberta a compradores e pode, inclusive, disponibilizar por um
tempo a planta Várzea Grande como uma forma de viabilizar o negócio até que
uma nova indústria seja construída. A iniciativa visa manter os avicultores na
atividade.
Conforme a assessora técnica da CNA, depois do advento da Lei de
Integração n 3.288/2016 há uma necessidade crescente de transparência na
negociação com a indústria. “E toda vez que o produtor sentir que não
está sendo representado, que não está conseguindo essa contrapartida, a
orientação é que ele procure o sindicato, a Famato e a CNA. Juntos, vamos
articular reuniões como essa visando melhorar as formas de negociação”,
orientou.
O analista de pecuária da Famato, Marcos Carvalho, destacou a importância
da representatividade das entidades para equilibrar e promover a comunicação
entre os produtores e a agroindústria. “A Famato é a entidade que representa
os produtores rurais de Mato Grosso. Unir as forças da entidade, junto com a
CNA e os sindicatos rurais permite melhorar esse equilíbrio de forças entre as
instituições e as indústrias. Assim, as negociações se tornam mais
favoráveis e transparentes”, apontou. As informações partem da assessoria
de imprensa da Famato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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