Porto Alegre, 5 de outubro de 2015 – Federação da Agricultura e Pecuária
de Mato Grosso (Famato) com o objetivo de contribuir para maior produção da
pecuária de corte, produtividade, diminuição da mortalidade e aumento da taxa
de crescimento, programou uma série especial de informações de serviços de
interesse dos pecuaristas do Estado. O primeiro tema da série são os cuidados
que o produtor rural deve ter com o nascimento do bezerro de gado de corte.
O médico veterinário e analista de pecuária da Famato Marcos Coelho de
Carvalho orienta o produtor a criar um local dentro da propriedade, chamado de
piquetes de maternidade, onde as vacas são levadas quando estão próximas do
momento do parto.
Segundo Marcos, é necessária a preparação de um ambiente saudável com
pastagem de boa qualidade, local sombreado, seco e limpo, água de boa qualidade
e minimizar os fatores estressantes. No momento do parto, vaca e bezerro passam
por um processo de reconhecimento através do cheiro e lambidas. Em áreas com
muito movimento, as vacas ficam estressadas e inquietas podendo avançar ou
fugir interrompendo o contato com o bezerro e deixando de cuidar da cria.
O piquete maternidade deve ser acompanhado por uma pessoa capacitada que
será responsável pelo bom acompanhamento dos partos e dos primeiros dias de
vida dos bezerros dando todo suporte necessário. Marcos alertou que as vacas
levam em média quatro horas para parir, e as novilhas seis horas. Somente é
permitido interferir no parto após esse tempo considerado normal, exceto casos
de anormalidades.
Ao nascer, o bezerro deve se alimentar do colostro (primeira secreção da
glândula mamária após o parto). O colostro possui células de defesa, grande
quantidade de fatores de crescimento, rico em gordura, fonte de energia e
promove a termorregulação do bezerro. “É a transferência da imunidade da
mãe para o bezerro, já que essa imunidade não é transferida pela placenta do
animal, assim como de humanos”.
Durante as visitas ao piquete maternidade é importante observar se o
filhote enfrenta dificuldades para mamar. “Se o úbere da vaca estiver cheio e
o bezerro estiver de barriga vazia, é sinal de que não mamou. Isso acontece
com mais frequência em vacas com tetos grandes ou bezerros prematuros”,
frisou Marcos.
O profissional ressaltou que os bezerros que não ingerirem o colostro nas
primeiras 24 horas, tempo em que o intestino está receptivo à passagem de
imunoglobulinas, ficam suscetíveis à mortalidade e morbidade. A imunidade
gerada pela ingestão do colostro garante proteção ao animal até que ele
próprio produza suas células de defesa, quando seu organismo estiver maduro
imunológicamente, o que deve acontecer após 4 a 6 semanas de vida.
Por precaução pode-se criar um banco de colostros congelados em porções
individuais de 2 litros, devidamente identificados com a data de congelamento e
validade de um ano. Em caso de necessidade, basta esquenta-lo em banho-maria
com água a 45-50C.
Outra prática classificada pelo analista de extrema importância é a
desinfecção do umbigo do bezerro com tintura de iodo (10%). Marcos orienta
que o iodo seja colocado em um frasco de boca larga e emborcado sobre o coto do
umbigo. Com a cura do umbigo realizada de maneira correta, isso impede que
bactérias invadam órgãos vitais dos bezerros como fígado, bexiga, rim,
artérias e veias que irrigam a parte posterior do animal. Em caso de o
procedimento não ser feito, o animal fica vulnerável a doenças que causam a
morte ou lesões severas, como a caruara (doença que causa inchaço e paralisia
das articulações dos bezerros). Não é recomendado usar apenas o
mata-bicheira para curar o umbigo, pois este não impede a contaminação
bacteriana, somente auxilia no controle da bicheira.
No instante da cura do umbigo o produtor pode aproveitar para fazer o
sistema de identificação, colocando um brinco adequado na parte da frente da
orelha, com o número do bezerro, e atrás deve escrever o número da vaca com
uma caneta especial para isso.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) também oferece cursos
de diretrizes para o desenvolvimento da pecuária de corte. Os produtores
rurais podem procurar o Sindicato Rural mais próximo para mais informações.
Os próximos temas abordados na série serão: estação de monta,
vacinação e doenças.
A Famato, entidade de classe que representa 89 Sindicatos Rurais de Mato
Grosso, completa 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco
décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema
Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Senar-MT e o Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Essa trajetória é celebrada
graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Com informações
da assessoria de comunicação da Famato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30