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CARNES: Indústria de proteína animal está em alerta em SC com altos custos

1 de março de 2021
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Porto Alegre, 1 de março de 2021 – Depois do excelente desempenho no ano
passado, as duas principais cadeias produtivas da indústria da proteína animal
em Santa Catarina – a avicultura e a suinocultura – enfrentarão um ano de
dificuldades em razão da brutal elevação de custos, da queda de consumo no
mercado nacional e do aumento da competição no mercado mundial.

Ao avaliar o cenário atual, o presidente da Associação Catarinense de
Avicultura (ACAV) e diretor do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no
Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, observou
que a agroindústria enfrentará muitos desafios em 2021.

Uma das preocupações mais agudas é o preço exorbitante dos insumos –
milho e farelo de soja – para a nutrição animal. A saca (60 kg) de milho
está cotada atualmente em mais de R$ 85,00, ou seja, registra 61% de aumento em
relação a fevereiro do ano passado. Aumento maior ainda sofreu a tonelada de
farelo de soja, comercializada hoje em R$ 2.750,00, ficando 113% mais cara que
12 meses atrás. Somado a isso, o cenário 2022 aponta para a manutenção das
altas de preço e escassez de produto.

Esse encarecimento anula todos os ganhos dos suinocultores e avicultores ao
mesmo tempo em que afeta ou até inviabiliza a produção industrial. “Muitos
frigoríficos de pequeno porte não conseguirão manter suas operações com os
grãos nesses níveis de preços”, assevera Ribas.

Outro item da planilha de custos que afeta as operações nas granjas e nas
fábricas é a energia elétrica, que encareceu 70% nos últimos dez anos. A
média de alta prevista para 2021 é de 14,5%.

Também é preciso dar visibilidade aos aumentos nos custos de construção
e ou de melhorias nas granjas de produção de aves e suínos. Itens como aço,
ferro e demais componentes sofreram reajustes elevados nos últimos meses. Isso
afeta de imediato os projetos em andamento e compromete as melhorias
tecnológicas da produção.

Uma elevação sem precedentes de custos vai impactar a cadeia produtiva e
derrubar as otimistas previsões da Associação Brasileira de Proteína Animal.
A ABPA espera 5,5% de aumento na produção nacional de carne de frango para
14,5 milhões de toneladas e 4,4% no aumento do consumo per capita para 47
kg/habitante/ano.

Existem muitas variáveis imprevisíveis que interferirão no mercado da
carne neste ano, entre eles, as oscilações cambiais que afetam os preços
finais; a manutenção da demanda da China por carnes brasileiras que mantêm
aquecido o setor; as reformas estruturais necessárias para restituir a
confiança no Brasil dos investidores internacionais e a retomada do crescimento
econômico. Outro fator é a queda de consumo no mercado doméstico em razão
do alto desemprego e do fim do auxílio emergencial.

Porém, para o diretor da ACAV e Sindicarne, “o desmedido aumento dos
custos dos grãos tem efeito mais devastador porque atinge a base da cadeia
produtiva”. Por isso, as indústrias de abate e processamento de aves e
suínos estão preocupadas com as maciças exportações de milho e soja,
matéria-prima que pode faltar para o abastecimento interno.

AÇÕES

O presidente José Ribas expôs que há dificuldade em repassar estes
custos e, por isso, pode ocorrer redução de produção, o que afetará os
preços ao consumidor. Sugere, para o enfrentamento desse cenário, ações
imediatas, no curto prazo, e ações estruturantes no médio e longo prazo.

“Não podemos ficar expostos a esta situação. As iniciativas de
importação e aumento da produção de cereais de inverno – especialmente nos
Estados do Sul – ajudarão, mas não serão suficientes sob a ótica de
custos. No longo prazo precisamos ações estruturantes de logística de grãos
para as regiões de produção de proteína e o setor operar de maneira efetiva
no mercado futuro. Há outras ações sendo tratadas junto ao governo federal.
Todos estão sensibilizados para buscar alternativas para este cenário.”

O setor de aves e suínos cumpre seu papel de manter a produção de
alimentos, gerar empregos e cuidar das pessoas. Entretanto, é preciso
atenção, pois a conta de diversas situações alheias a sua atuação acaba
sendo paga por este. É necessário e urgente um olhar do poder público, sob
pena de desabastecimento e problemas de descontinuidade em granjas e empresas,
com reflexos para o consumidor. Com informações da assessoria de imprensa da
ACAV.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2021 – Grupo CMA

Cotação semanal

Dados referentes a semana 19/04/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 6,04

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.950,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 950,00

Milho Saca

R$ 58,00
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 25/04/2024 14:00

AURORA* - base suíno gordo

R$ 5,40

AURORA* - base suíno leitão

R$ 5,50

Cooperativa Majestade*

R$ 5,30

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 5,40

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 5,50

Alibem - base creche e term.

R$ 4,40

Alibem - base suíno leitão

R$ 5,25

BRF

R$ 5,35

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 4,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 5,45

JBS

R$ 5,30

Pamplona* base term.

R$ 5,30

Pamplona* base suíno leitão

R$ 5,40
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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