CARNES: JBS não acredita em hedge natural; isso não existe

Porto Alegre, 12 de novembro de 2015 – A JBS, maior processadora de carne
do mundo, deve continuar com a política de hedge cambial nos próximos
trimestres. Para o presidente Wesley Batista não existe a possibilidade de a
companhia contar com hedge natural, mesmo obtendo grande parte da receita em
dólar.

“Não existe hedge natural. A receita em dólar não é uma coisa
precisa porque a receita não paga dívida. É geração de caixa que paga
dívida. A única forma de ter hedge natural é se você tem a certeza de que
consegue manter seu lucro independente da variação cambial. Não é isso que
acontece. Muda câmbio, muda custos”, afirmou durante reunião pública da
Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de
Capitais (Apimec).

Segundo Batista, quando o real desvaloriza, o que ocorre é a queda do
preço do produto e aumento do custo, prejudicando, assim, as operações. Sobre
a prática de hedge cambial, o executivo acredita que seja uma forma de manter
uma espécie de seguro contra a variação da moeda. “Olhamos isso como um
seguro. Olhando a situação interna da economia [no terceiro trimestre], nós
achávamos que o custo do seguro faria sentido”, avaliou.

Para o próximo trimestre o executivo apenas garantiu que a política de
hedge continuará, mas não detalhou se ampliará a parcela da exposição
assegurada. “Estamos constantemente monitorando. A nossa política é de estar
de zero a 100% hedgiado a depender do risco e sempre analisando o custo”.

Do segundo para o terceiro trimestre do ano, a companhia reduziu a
posição de hedge em 50 mil contratos, o que equivale a US$ 50 bilhões. “É
menos do que o trimestre anterior, mas ainda é relevante, porque vemos muitos
riscos. A nossa exposição é flexível”, destacou. As informações partem da
Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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