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CARNES: JBS nega comprometer autoridades em delação

5 de setembro de 2017
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Porto Alegre, 5 de setembro de 2017 – A J&F, controladora da JBS, negou que
os executivos do grupo, Joesley Batista e Wesley Batista, tenham agido com má
fé e omitido a participação criminosa do ex-procurador Marcelo Miller em
acordos de delação premiada. Em nota à imprensa, a J&F diz que “não houve
uma palavra sequer a comprometer autoridades”.

Ontem, procurador-geral Rodrigo Janot abriu uma investigação sobre a
negociação do acordo de colaboração premiada da JBS diante de indícios de
conduta criminosa de Miller. Ele trabalhou no escritório Trench, Rossi e
Watanabe, que chegou a assessorar a JBS na discussão do acordo de delação
premiada.

Miller integrou a assessoria criminal do procurador-geral da República de
setembro de 2013 a maio de 2015. De maio de 2015 a julho de 2016, ele foi
designado para integrar o grupo de trabalho da Operação Lava Jato na PGR, em
Brasília, e a partir de 4 de julho de 2016, voltou a ser locado na procuradoria
do Rio de Janeiro. Ele solicitou exoneração do cargo de procurador da
República em 23 de fevereiro de 2017, a qual foi efetivada em 5 de abril de
2017.

De acordo com Janot, as autoridades tiveram acesso a um diálogo entre dois
colaboradores “com referências indevidas à Procuradoria-Geral da República
(PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF)”. O procurador acrescentou que se
ficar provada qualquer ilicitude “o acordo de colaboração premiada será
rescindido”, mas que isso não invalidaria as provas oferecidas até agora.

Segundo a J&F, houve uma interpretação precipitada do material entregue
pelos executivos à Procuradoria-Geral da República, que “será rapidamente
esclarecida, assim que a gravação for melhor examinada”.

“Conforme declarou a própria PGR, em nota oficial, o diálogo em
questão é composto de “meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático.
Ou seja, apenas cogitações de hipóteses – não houve uma palavra sequer a
comprometer autoridades”, diz a nota do grupo.

Ainda no comunicado, a J&F diz que “é verdade que ao longo do processo de
decisão que levou ao acordo de colaboração, diversos profissionais foram
ouvidos – mas em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa
comprometer o ato de boa-fé dos colaboradores”. Com informações da Agência
CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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