CARNES: Lucro da JBS deve encolher no 2T17 apesar de bom desempenho nos EUA

Porto Alegre, 11 de agosto de 2017 – Os resultados da JBS no segundo
trimestre devem ser puxados pelo bom desempenho da empresa no Estados Unidos,
embora no mercado doméstico a companhia deva mostrar uma redução dos abates e
reflexos negativos trazidos pelas delações premiadas dos seus executivos, que
revelaram envolvimento em vários casos de corrupção.

“Nós esperamos resultados positivos, apesar da turbulência da
governança e da imagem da companhia”, afirmaram os analistas do Itaú BBA,
Antonio Barreto e Thomas Budoya.

Um dos destaques é a divisão de carnes nos Estados Unidos, cuja margem
ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve
aumentar de 0,5% no segundo trimestre do ano passado para 5,1% em igual período
deste ano.

Na Seara também serão vistas algumas melhoras devido a preços mais
baixos de grãos, com margem ebitda de 8,2%, ante 8,3% no mesmo trimestre de
2016. Na JBS Mercosul a margem ebitda deve diminuir de 6,3% para 5,2%. “A JBS
deve perder mercado no trimestre”, afirmaram.

Os analistas do BTG Pactual, Thiago Duarte e Vito Ferreira, também esperam
que os resultados negativos da JBS Mercosul, com cortes em volume de abates e
impactos na reputação da companhia, sejam ofuscado por fortes números da
operação nos Estados Unidos, nas três proteínas.

O banco disse que vai aguardar se a companhia comentará sobre o acordo
feito por sua controladora, a J&F, com a Justiça, relativo ao qual pagará
multa de R$ 10,3 bilhões. “Estamos ansiosos para entender como a companhia e
seus auditores esperam tratar possíveis provisões e outras questões
relacionadas ao acordo do seus acionistas controladores”, destacaram, em
relatório.

Veja abaixo a média das projeções coletadas pela Agência CMA. As
variações são calculadas em relação ao segundo trimestre de 2016.

Lucro líquido: queda de 68%, para R$ 488,175 milhões
Receita líquida: recuo de 5%, para R$ 41,671 bilhões
Ebitda ajustado: alta de 14%, para R$ 3,297 bilhões

Nesta prévia foram utilizadas projeções dos bancos e corretoras Itaú
BBA, J.P. Morgan, UBS e BTG Pactual. As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2017 – Grupo CMA