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CARNES: Mapa cria comissão para debater ações preventivas à peste africana

2 de dezembro de 2019
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Porto Alegre, 2 de dezembro de 2019 – Para fortalecer as ações de
prevenção ao vírus da peste suína africana (PSA), o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou a Comissão Técnica
Consultiva para a Prevenção da Peste Suína Africana (Comissão PSA). A
comissão foi instituída por meio da Portaria 273, assinada pela ministra
Tereza Cristina.

A primeira reunião está prevista para dezembro, quando os integrantes
irão avaliar as ações adotadas até o momento, definir reforços necessários
para intensificar a prevenção, principalmente nos pontos de ingresso de
bagagens e equipamentos, além de estipular ações para incentivar a
participação da sociedade.

A comissão técnica será coordenada pela Secretaria de Defesa
Agropecuária do Mapa, com a participação das entidades de criadores:
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira de
Criadores de Suínos (ABCS), Associação Brasileira das Empresas de Genética
de Suínos (ABEGS) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA).

Mais integrantes poderão ser incorporados para auxiliar nas ações do
plano, como o Fórum Nacional dos Executores de sanidade agropecuária (Fonesa),
a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e o Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindcan).

O risco de a doença entrar no Brasil é baixo, considerando que o vírus
está ausente na América do Sul. No entanto, a dispersão da PSA em vários
países do mundo e a intensa movimentação de passageiros entre países com
casos confirmados exigem a adoção de medidas preventivas.

Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério, Geraldo
Moraes, a comissão é importante para aperfeiçoar a execução das atividades
do Serviço Veterinário Oficial e as ações em parceria com a iniciativa
privada.

Ações preventivas adotadas

O principal objetivo das ações preventivas é que, em caso de ingresso da
PSA no Brasil, não chegue aos suídeos (suínos e javalis) domésticos ou
asselvajados (animal de vida livre).

Veja as medidas preventivas já adotadas pelo Mapa:

– O Ministério tem orientado os serviços veterinários estaduais a
fortalecerem a vigilância dos animais, com controle do acesso de suínos a
lixões e aterros sanitários e proibição de alimentar os animais com restos
de alimentos.

– O Mapa intensificou a fiscalização do descarte adequado de resíduos
alimentares provenientes de aeronaves comerciais e navios, reforçou a
inspeção de bagagens de passageiros de voos internacionais, a atenção ao
cumprimento dos requisitos sanitários para importação de suínos vivos,
material genético, produtos, subprodutos e insumos e buscou maior agilidade no
envio e análise de amostras para diagnóstico provenientes da vigilância para
síndrome hemorrágica dos suínos.

– A Secretaria de Defesa Agropecuária está revendo procedimentos e revisando
os Certificados Sanitários Internacionais (CSI) necessários ao comércio de
produtos de origem animal.

– Foram atualizados todos os procedimentos de importação de produtos animais e
de risco relacionados à doença, principalmente nas áreas com maior
incidência.

– O cadastro de criatórios de subsistência (propriedades de pequeno porte) foi
ampliado.

– Profissionais do Mapa participaram de treinamentos em laboratórios
internacionais de referência para aplicação dos conhecimentos na rede de
laboratórios oficiais do Brasil. “Nós autorizamos importação de cepas do
vírus da PSA para fortalecer o diagnóstico no país e avançar na
implantação das técnicas de diagnóstico do Laboratório Federal de Defesa
Agropecuária (LFDA) com biossegurança. Pretendemos ser referência para a
doença na América do Sul. Na verdade, a cepa é utilizada para padronizar e
validar testes laboratoriais para identificação de vírus comparando com
amostras colhidas no país”, informa o diretor Geraldo Moraes.

Granjas

No caso das granjas, a orientação, segundo Moraes, é tornar mais rígido
o acesso de pessoas, veículos e materiais aos locais.

“Também deve-se atentar para medidas que impeçam o contato com suínos
asselvajados de vida livre e outras espécies consideradas de risco para a
suinocultura comercial. As ações vão desde a instalação de cercas e telas
de proteção, procedimentos efetivos de combate a roedores e insetos, câmaras
de compostagem dos dejetos, com os reservatórios de água protegidos e
fechados, entre outras”, explica do diretor.

Grande produtor de suínos, o Paraná, por exemplo, já publicou normas de
biosseguridade para granjas comerciais do estado. A Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná (Adapar) fixou, em setembro, requisitos mínimos para a
mitigação de riscos e melhoria da proteção quanto à introdução e
disseminação de agentes infecciosos, causadores de doenças nas granjas
comerciais. Outros estados também estão adotando medidas para proteção da
suinocultura.

O que é a PSA

A PSA é uma doença viral altamente contagiosa. A primeira ocorrência foi
registrada na década de 20, no Quênia. Trata-se de uma doença grave, que
apresenta altas taxas de morbidade e mortalidade de suídeos, ocasionando
severos impactos socioeconômicos aos países com animais infectados. O vírus
não é transmitido para ao homem, não oferecendo risco à saúde humana.

Os sintomas nos animais são: febre alta, hemorragias na pele, transtornos
respiratórios, vômitos, diarreia, sangramento nasal ou retal e transtornos
reprodutivos. Não há vacina para PSA.

A transmissão nos suínos e javalis se dá por meio do contato direto com
animais doentes, consumo de resíduos domésticos e comerciais infectados
(restos de alimentos contaminados, por exemplo), pela contaminação em
equipamentos, veículos, roupas e sapatos. A transmissão também pode ocorrer
por picadas de carrapatos do gênero Ornithodoros.

O vírus é resistente, permanecendo nas fezes dos animais por até três
meses e, em alimentos (produtos maturados), até nove meses. O período de
incubação do vírus vai de cinco a 21 dias.

A doença é endêmica, há muitos anos, em vários países da África
Subsaariana e em algumas nações da África Ocidental, além da Sardenha, na
Itália. Mais recentemente, observou-se uma dispersão da doença para outras
regiões do mundo.

Em 2007, a PSA foi notificada inicialmente na Geórgia, e posteriormente se
espalhou para outros países do Leste Europeu (Rússia, Polônia, Romênia,
Letônia, Lituânia, Ucrânia, Hungria, Moldávia, República Tcheca e
Bulgária), tendo como principal fator de disseminação de javalis e
criatórios de subsistência.

Em agosto de 2018, a PSA ingressou na China, onde está se disseminando
rapidamente e causando grandes prejuízos com sacrifício de plantéis. Em
setembro de 2018, a Bélgica notificou casos, elevando o risco de disseminação
da doença na Europa. Em 2019, o vírus se espalhou na região do Sudeste
Asiático atingindo, até o mês de novembro, a Mongólia, Vietnã, Camboja,
Coreia do Norte, Laos, Mianmar, Filipinas, Coreia do Sul e Timor Leste. Com
informações da assessoria de imprensa do Mapa.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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