CARNES: Peste Suína Africana segue como um desafio na Alemanha – Rabobank

Porto Alegre, 16 de março de 2021 – A Peste Suína Africana (PSA)
permanece como um grande desafio na Alemanha. Segundo publicação do Rabobank,
zonas de restrição no sul do país foram expandidas e o pico sazonal em
número de casos parece ter passado, o que reduz a pressão e cria novas
oportunidades para fortalecer o controle da doença.

Levantamento do banco aponta que, desde setembro de 2020, 793 surtos foram
registrados em quatro clusters, com a maioria casos nos dois clusters
intermediários em Brandenburg (734). A doença vem se espalhando
dentro das áreas restritas em todos os quatro clusters. No final de janeiro, as
zonas de risco no sul (estado da Saxônia) foram expandidas depois que javalis
infectados com PSA foram encontrados fora da zona central.

Uma zona branca (ou seja, uma zona com cerca dupla em torno das áreas
centrais) foi recentemente concluída em um raio de 5 km em torno de uma das
zonas centrais do cluster do meio em Brandenburg. O estabelecimento da zona
branca permite que a caça de javalis comece na zona branca. Zonas brancas
semelhantes devem ser estabelecidas em torno das zonas centrais em outros
clusters.

Conforme o Rabobank, o surto de PSA já teve um impacto significativo nas
importações de leitões e suínos vivos na Alemanha e as menores importações
de animais vivos provavelmente continuarão em 2021. De setembro a novembro de
2020, as importações de leitões da Dinamarca e Holanda, os dois grandes
fornecedores de leitões para a Alemanha, caíram 25% e 31%, respectivamente, em
comparação ao mesmo período de 2019. Isso representa um total de 700 mil
cabeças a menos importadas pela Alemanha, ou aproximadamente 1% do total de
animais abatidos em 2020.

As importações de suínos vivos diminuíram ao longo do ano devido a
interrupções relacionadas à Covid-19, resultando em uma queda nas
importações de 1,1 milhão de cabeças (queda de 38% no ano anterior) de
janeiro a novembro de 2020.

O rebanho de porcas da Alemanha diminuiu 5,4% ao ano em 2020, o maior
declínio nos últimos dez anos, à medida que os crescentes regulamentos
ambientais e de bem-estar animal continuam a pesar sobre a indústria.
O aumento dos preços do suíno no final de fevereiro já indica oferta
mais apertada e sugere o acúmulo resultante de interrupções relacionadas à
Covid-19 em 2020.

As exportações alemãs continuam restritas, mas o excesso de carne suína
encontra mercado na UE

Depois que o surto de PSA na Alemanha foi confirmado em setembro de 2020,
dez países impuseram proibição da importação de carne suína alemã,
incluindo China, Japão e Vietnã, deixando cerca de um extra 70.000 toneladas
de carne de porco no mercado da UE a cada mês.

No quarto trimestre de 2020, a Alemanha conseguiu redirecionar a maior
parte desse volume extra. Houve aumento nas exportações para Hong Kong, de uma
média de 3.000 toneladas por mês no período pré-PSA para 18.000 toneladas
ao mês no quarto trimestre de 2020. As exportações de carne suína intra-UE
da Alemanha aumentaram 23% no quarto trimestre em comparação com os níveis
pré-ASF.

Vários países relaxaram recentemente as proibições de importação de
carne suína alemã. Cingapura e Canadá aceitam a importação de carne suína
de acordo com o enfoque da regionalização. O Vietnã também já aceita
novamente a carne suína fresca da Alemanha. As informações partem do
Rabobank.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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