Porto Alegre, 16 de julho de 2019 – O Paraná caminha para conquistar o
status sanitário de Estado Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. A última
campanha de vacinação do rebanho bovino e bubalino foi em maio, em animais de
0 a 24 meses. O índice de cobertura foi de 99%, considerado o melhor dos
últimos anos.
A próxima campanha, prevista para novembro, pode não acontecer caso o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declare o estado livre de
febre aftosa sem vacinação. Depois disso, a expectativa é que a Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE) chancele o novo status paranaense em maio de
2021.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento,
Norberto Ortigara, essa medida representará possibilidades de ganho para os
pecuaristas e para o Estado. “Não há mais motivo para os produtores
continuarem a gastar dinheiro com a compra de vacinas se não há mais a
doença”, afirmou. Estima-se que os produtores paranaenses deixem de gastar
cerca de R$ 30 milhões nesse serviço.
O último foco de febre aftosa no Paraná foi em 2006. De lá para cá,
não houve mais circulação viral, em razão dos esforços de vários setores,
entre eles o governo estadual que estruturou a Agência de Defesa Agropecuária
do Paraná (Adapar) para garantir o serviço de fiscalização e vigilância
animal.
Ortigara reforçou também que o status a ser concedido pela OIE
possibilitará que o Estado amplie o comércio mundial de carnes, acessando
mercados que têm restrições ao rebanho vacinado. “Muitas cooperativas e
indústrias estão prontas para destravar investimentos de expansão em suas
plantas, caso tenham condições de acessar mercados mais disputados e que pagam
mais pelas carnes bovina e suína”, disse o secretário.
Outro benefício, diz o secretário, é a segregação do Paraná em
relação ao grande bloco formado por 25 Estados considerados como área livre
com vacinação. Com esse isolamento, o Estado não será prejudicado se,
eventualmente, aparecer doença em uma localidade distante milhares de
quilômetros do Paraná.
INVESTIMENTO
O Paraná preparou-se nos últimos anos para atingir o nível atual que o
faz pleitear o status de livre da febre aftosa sem vacinação. Foram
contratados profissionais para o trabalho de fiscalização e vigilância, além
de ter reformado as instalações onde funcionam as barreiras interestaduais.
O Estado tem 32 Postos de Fiscalização do Trânsito Agropecuário (PFTA)
nas divisas com os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e
um posto em fase de construção na rodovia BR-116, divisa com São Paulo.
Houve também investimento em fiscalização volante, que conta com ajuda
da Polícia Rodoviária Estadual, além dos sistemas de gerenciamento e
monitoramento informatizados do trânsito animal, para reforçar o serviço de
inteligência.
MERCADOS
Ortigara diz que a partir da conquista desse novo status sanitário, o
Paraná poderá buscar novos mercados que pagam mais pela qualidade da carne
livre da vacina. Apesar da espécie vacinada contra a febre aftosa ser a bovina,
os impactos positivos de comercialização vão se refletir em todas as cadeias
de proteína animal, principalmente na avicultura e suinocultura, atividades
nas quais o Paraná é tido como referência nacional e mundial na produção.
O novo status sanitário, afirma o secretário, permitirá ao Paraná
dobrar as exportações de carne suína, das atuais 107 mil toneladas para 200
mil toneladas por ano. Isso pode acontecer em caso de o Estado conquistar apenas
2% do mercado potencial, liderado por Japão, México e Coreia do Sul, que
pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária. Com informações
da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2019 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 27/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.725,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 66,00Preço base - Integração
Atualizado em: 26/06/2025 13:30