Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2022 – A pecuária brasileira vem
despontando em índices de produtividade de carne premium muito acima do obtido
na última década. Com o avanço do uso da inseminação e da utilização de
genética Angus, criatórios vem batendo a casa dos mil quilos de bezerro por
hectare/ano. A marca é mais do que o dobro do obtido em sistemas de pastejo
tradicional ou semi-confinamento.
Um exemplo de quem tem colhido resultados expressivos na produção de
bezerros meio-sangue Angus em sistema de cria intensiva é a Estância
G’Martin, de Uberlândia (MG). A propriedade, comandada pelo pecuarista
Gusthavo Wagner desmama 1.050 quilos de bezerro por hectare a partir de
Inseminação Artificial a Tempo Fixo (IATF) de sêmen Angus em matrizes Nelore.
“Se tenho bons dados, tenho decisões concretas. Se tenho uma boa nutrição,
que conversa com a estrutura e com a capacidade e a necessidade dos animais,
estou garantindo índices de produtividade. E obviamente, se tenho um excelente
manejo, estou cuidando de algo que pode afetar essas duas linhas para trás,
como stress do animal e questões sanitárias”, explica Wagner, que também é
economista. Recentemente, ele resolveu participar da Associação Brasileira de
Angus na modalidade Sócio Produtor, aquela que também engloba usuários da
genética.
Com operação inicial há cerca de cinco anos com 50 vacas, hoje a
propriedade trabalha com 180 matrizes aptas à reprodução em 33 hectares,
produzindo assim cinco bezerros por hectare. Quando comparada a produção
agrícola – como soja e milho, por exemplo -, onde toda área é produtiva, a
pecuária no geral tem média de 0,3 bezerros por hectare – 175 quilos de
bezerro por hectare -, explica Wagner. “Uma área muito grande, mas que tem
baixa eficiência. A nossa ideia aqui foi buscar alta eficiência, com grandes
margens”, reforça. Para isso, leva em consideração as DEPs dos animais na
hora de selecionar o sêmen dos reprodutores nas baterias. Características como
Peso ao Desmama, Tamanho ao Nascimento, Ganho de Peso aos 90 dias, Área de
Olho de Lombo, Estrutura de Carcaça, são essenciais, segundo ele, para que os
animais resultem no melhor gado para o criador, para recria e para o consumidor
final.
Antes de chegar à conclusão sobre o melhor sistema para a propriedade,
Wagner conta que a família apostou em recria, engorda, produção de leite e
até mesmo na criação de carneiros. Vendo que a cria foi a que melhor
apresentou resultados, o produtor foi buscar inspirações na produção de
outros países como Estados Unidos e Austrália a fim de chegar a um protocolo
que se encaixasse às suas necessidades. Considerado um case de sucesso na
produção de bezerros, hoje a propriedade opera 100% em sistema intensivo e vê
os efeitos da eficiência na ponta do lápis, operando com margens entre 25% e
30%.
Segundo o produtor, a raça Angus tem se adaptado extremamente bem ao
sistema de cria intensiva na fazenda. “Podemos ver não só a adaptabilidade
do sêmen na questão reprodutiva, mas também no resultado do bezerro, que
responde muito bem dentro do sistema”, acrescenta. Além de destacar-se em
adaptabilidade e precocidade alimentar, a raça contribui nos excelentes
índices de prenhes das matrizes, hoje em 85% em IATF em touro zero. “O Angus
no cruzamento industrial vai ser o animal de ponta, de carne a ser consumida,
dado esse casamento perfeito de rusticidade do Nelore juntamente com as
capacidades genéticas e depósito de carne que esse animal tem”, pondera o
pecuarista.
Para o gerente de Fomento da Associação Brasileira de Angus, Mateus
Pivato, a raça Angus se encaixa muito bem em sistemas mais intensivos, onde a
eficiência é o ponto chave para a tomada de decisões. “Ele está
intensificando de uma forma bastante inteligente, analisando cada variável
dentro da equação para tomada de decisões corretas e a Angus, devido a sua
eficiência, principalmente no cruzamento industrial, se torna peça chave nesse
sistema”, ressalta. Todos os meses os animais são levados ao curral, de
acordo com Wagner, para avaliação de características como peso, e tudo é
planilhado para tomada de decisões. As informações partem da assessoria de
imprensa da Angus.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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