Porto Alegre, 16 de abril de 2021 – Confinar animais para terminação é
uma ferramenta imprescindível em qualquer projeto de intensificação
pecuária. O que antes era uma simples estratégia de entressafra para explorar
o “repique” do valor pago pela arroba se tornou um caminho para a evolução
na pecuária para otimizar o modelo de produção. Estima-se que atualmente o
sistema de confinamento representa cerca de 18% do volume de animais abatidos no
Brasil.
Além do acompanhamento do peso dos animais, outras ações são
importantes nos momentos próximos ao início do confinamento para prevenir
problemas e garantir o máximo desempenho nas operações e na produtividade
animal. Isso porque a intensificação traz riscos sanitários, que se não
forem tratados de maneira estratégica podem comprometer os ganhos.
“Dentre os principais desafios dos animais de terminação estão os
metabólicos, sanitários e de manejo, que podem influenciar na mortalidade e
morbidade do rebanho. As principais causas de mortalidade no confinamento são
pneumonia, clostridioses, fraturas, acidentes e as enterotoxemias”, explica o
médico-veterinário e Coordenador de Serviços Técnicos a Biogénesis Bagó,
João Paulo Lollato.
“As doenças respiratórias dos bovinos (DRB) ganham destaque nos desafios
do confinamento porque decorrem dos desequilíbrios entre as defesas naturais
dos animais e os fatores ambientais externos e estresse. As DRBs têm causas
multifatoriais, como estresse, deficiência nutricional ou mudanças na dieta,
exposição a agentes infecciosos, agrupamento de animais de diferentes origens
e o transporte. Elas afetam índices produtivos e sanitários dos confinamentos,
impactando diretamente na lucratividade do sistema”, ressalta Lollato.
Outra doença que representa um desafio nos animais de terminação é a
clostridiose, que pode ser causada por mudança alimentar, manejos de curral ou
concentração de animais.
Dessa forma, de 21 a 30 dias antes do início do confinamento os animais
devem receber a primeira vacinação contra as principais doenças
respiratórias e clostridioses. Além da vacinação, uma estratégia
diferenciada que vem sendo aplicada em confinamentos de referência no Brasil é
o uso de suplementação injetável contendo vitaminas (A e E) e micro minerais
(Cobre, Zinco, Manganês e Selênio) para combater o estresse oxidativo.
“Os estudos sobre bem-estar animal revelam que o bovino gosta de rotina,
de forma que qualquer mudança se torna um fator que catalisa a oxidação
celular devido ao mecanismo de estresse. Alteração ambiental, nutricional,
dominância, variação climática, transporte e poeira são situações muito
presentes na rotina do dia a dia de um sistema de confinamento. Por isso, a
suplementação injetável diminui os prejuízos do manejo e potencializam o
metabolismo do animal para o período de confinamento”, pontua o
médico-veterinário.
Manejo no dia do confinamento e rondas sanitárias
No dia em que os animais entram no confinamento eles devem passar pelo
curral de manejo para receber a segunda dose da vacinação contra as principais
doenças respiratórias e clostridiais. Nesse manejo recomenda-se uma dose de
anti-helmíntico de amplo espectro à base de levamisol concentrado e mais uma
dose da suplementação mineral e vitamínica injetável.
Um aspecto de vital importância no confinamento são as chamadas rondas
sanitárias, procedimentos padronizados de vistoria e avaliação dos animais
nos lotes que visam detectar os principais problemas nos estágios iniciais.
“A frequência das vistorias depende do desafio momentâneo na operação:
nos primeiros 20 dias de confinamento, quando a chance de ocorrência de
problemas é grande, devem ser realizadas pelo menos duas vistorias por dia, uma
de manhã e outra à tarde. Já entre o 21o e 40o dia, quando a chance de
ocorrência é média, pode ser feita uma vistoria diária preferencialmente
pela manhã. Se caso for detectado algum surto em algum momento deve-se adotar a
prática inicial de duas vistorias por dia. A partir do 41o dia basta uma
vistoria a cada dois de manhã”, orienta Lollato. As informações partem da
assessoria de imprensa da Biogénesis Bagó.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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