Porto Alegre, 30 de maio de 2022 – O Rio Grande do Sul comemora sete anos
de certificação internacional como zona livre de Peste Suína Clássica. O
status foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em
29/05/2015. O último foco da doença no Estado ocorreu em 1991. Atualmente,
além do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, existem outras duas zonas livres
no Brasil que, juntas, representam cerca de 83% do rebanho suíno brasileiro, e
uma zona não livre (veja aqui as áreas:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-an
imal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/plano-estrategico-brasil-livre-de
-peste-suina-classica).
Ao longo dos anos, inúmeras ações têm sido desenvolvidas para assegurar
este patamar sanitário. “A reintrodução da doença causaria severos
impactos sanitários e socioeconômicos, seja pelas perdas diretas ou pelas
restrições comerciais impostas a produtos oriundos de área não livre da
doença, por isso a prevenção e a notificação de casos suspeitos são tão
importantes”, destaca a fiscal estadual agropecuária Juliane Galvani, do
Programa Estadual de Sanidade Suídea (PNSS).
No Rio Grande do Sul, as ações de defesa sanitária animal são de
responsabilidade do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (DDA/Seapdr). “As
ações do Estado, as quais resultaram na conquista do status de zona livre de
PSC, são decorrentes de programas de políticas federais e estaduais, e têm
como base a vigilância, o monitoramento e a inspeção sanitária, de acordo
com os parâmetros técnicos recomendados pelos organismos nacionais e
internacionais, de forma a promover a sanidade do rebanho suíno gaúcho”,
explica Juliane.
As atividades incluem a melhoria constante dos cadastros de propriedades e
rebanhos, a vigilância ativa e passiva em propriedades rurais, o acompanhamento
e a fiscalização da certificação de granjas de suínos reprodutores, a
vigilância sorológica para PSC em suínos domésticos e asselvajados
(javalis), a revisão de aterros e lixões para evitar a presença de suínos
domésticos e asselvajados, a fiscalização de trânsito e a execução de
barreiras sanitárias, bem como a educação sanitária de produtores e dos
agentes de manejo populacional de suídeos asselvajados.
De acordo com Juliane, a manutenção do status de livre para PSC não cabe
apenas à Secretaria da Agricultura. “Para que tenhamos sucesso neste
sentido, as responsabilidades são público-privadas compartilhadas, onde cada
ator (Serviços Veterinários Oficiais Estaduais e Federais, produtores rurais,
médicos veterinários privados, indústrias e agroindústrias de produtos
suínos e integradoras) tem o seu papel na prevenção da reintrodução da PSC
no Estado”, afirma.
Histórico
As atividades de defesa sanitária animal na primeira Zona Livre de Peste
Suína Clássica (PSC), formada pelos estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina são realizadas desde a década de 1960, mas se intensificaram a partir
da regulamentação dos Órgãos Executores Estaduais, acompanhadas de
aplicações de recursos financeiros e incrementos das atividades técnicas que
permitiram o avanço na estruturação e na qualidade dos serviços
veterinários.
Houve a ampliação da quantidade e da estrutura das unidades locais, além
da contratação de veterinários, auxiliares técnicos e administrativos. A
adequação na estrutura permitiu a intensificação das atividades de
vigilância e fiscalização, melhorias dos cadastros de propriedades e
rebanhos, e a declaração nacional dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina como livres de peste suína clássica em 1994. Em 2015, houve o
reconhecimento internacional desses estados como Zona Livre de PSC pela OIE.
O que é a Peste Suína Clássica (PSC)
A PSC é uma doença de notificação imediata ao Serviço Veterinário
Oficial (SVO) de qualquer caso suspeito. Ela pode ser causada por vírus
(Pestivirus) que afeta suínos e javalis.
Os animais doentes podem apresentar-se apáticos, amontoados, com febre
alta (40,5C a 42 C), falta de coordenação, queda dos posteriores, manchas
vermelhas ou roxas na pele e extremidades (orelhas, membros, focinho e cauda),
conjuntivite e alta mortalidade.
A transmissão é feita através do contato direto entre animais doentes e
animais sadios, de alimentos contaminados, pois o vírus pode sobreviver por
meses na carne fresca, linguiça, salame e outros e de veículos transportadores
de suínos, seus produtos e subprodutos, como carne fresca, linguiça, salame e
outros. De acordo com Juliane, “o fornecimento de restos de alimentos
contaminados com o vírus aos suínos, sem tratamento térmico, é a forma de
introdução da doença mais comum em países ou zonas livres”.
Atualmente, segundo extração do Sistema de Defesa Agropecuária da
Secretaria da Agricultura, o Rio Grande do Sul possui um rebanho de 6.630.461
suínos.
Situação da PSC no Brasil
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário (Mapa)
lançou em 2020 o Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica, já
que parte do Nordeste e da Região Norte ainda não está livre da doença. O
objetivo do Plano é erradicar a PSC do Brasil, reduzindo as perdas diretas e
indiretas causadas pela doença e gerando benefícios pelo status sanitário de
país livre da doença. Com informações da assessoria de comunicação social
da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do
Sul.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45