Porto Alegre, 27 de outubro de 2023 – Um esforço coletivo e multidisciplinar, que envolve
diversas secretarias estaduais e governos municipais, tem conseguido manter o vírus da influenza
aviária de alta patogenicidade, o H5N1, do lado de fora das granjas comerciais do Rio Grande do
Sul. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) vem se
reunindo periodicamente com as secretarias estaduais da Saúde, do Meio Ambiente e Infraestrutura e
da Segurança Pública, além da Casa Civil, para organizar as estratégias de vigilância da gripe
aviária no litoral do Estado, onde os casos têm se concentrado.
A Seapi também publicou, em 10 de outubro, a Nota Técnica nº 10/2023, com orientações sobre
o controle da influenza aviária. O documento contém indicações para a população em geral e
medidas de biossegurança para operadores com sequência de colocação e retirada de equipamentos,
recolhimento e destinação de carcaças e desinfecção.
“O alinhamento é constante para evitarmos a disseminação do vírus. Sabemos dos riscos que a
doença oferece, e as equipes da Seapi têm trabalhado em ações de vigilância ativa para levar
informações para a população e conscientizar sobre medidas que são necessárias neste momento”,
explica o secretário da Agricultura, Giovani Feltes.
Com a mediação da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs),
a Seapi também tem se articulado com os municípios litorâneos do Estado no enfrentamento à
enfermidade.
Equipes das unidades locais da Seapi estão atuando no atendimento e na investigação dos casos
suspeitos, além de auxiliar e orientar prefeituras sobre procedimentos para recolhimento, enterrio
e desinfecção dos equipamentos e maquinários. “Também estamos oferecendo os Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) para os servidores das prefeituras que estão realizando os enterrios”,
conta a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Ananda Kowalski.
“Na área ambiental, a Secretaria do Meio Ambiente e a Fundação Estadual de Proteção
Ambiental têm sido pautadas com relação à destinação adequada das carcaças dos animais. O
objetivo é controlar a contaminação do meio ambiente e das pessoas, principalmente na faixa de
praia”, informa o secretário adjunto da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema),
Marcelo Camardelli. A orientação está na Instrução Normativa Sema e Fepam nº 3/2023, que
estabelece o procedimento e as ações para o descarte dos animais mortos.
Focos
O Estado tem hoje quatro focos de influenza em aberto, registrados nos municípios de Rio
Grande, Santa Vitória do Palmar e Torres (em mamíferos aquáticos) e em São José do Norte (em
ave silvestre). Outro foco foi detectado em maio na Reserva do Taim, também em aves silvestres, mas
já foi encerrado após evidências epidemiológicas e colheitas negativas.
O protocolo adotado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de que, no momento em
que uma espécie apresenta laudo positivo para a gripe aviária, animais da mesma espécie que sejam
encontrados doentes ou mortos devem ser tratados como casos positivos da enfermidade, sem
necessidade de colheita de amostras e exame diagnóstico.
Até o momento, as seguintes espécies tiveram laudo positivo para a gripe aviária em
território gaúcho: cisne-de-pescoço-preto, trinta-réis-real, lobo-marinho e leão-marinho. Foram
contabilizados 577 mamíferos aquáticos (leão-marinho e lobo-marinho) enterrados por conta da
influenza no Estado.
Vigilância
Equipes volantes da Seapi se juntaram às unidades locais para intensificar a vigilância ativa
em propriedades dos municípios litorâneos. “Estamos realizando visitas e promovendo tanto a
comunicação de risco quanto a educação sanitária da população, apresentando informações
sobre os cuidados de não se aproximar de animais moribundos ou mortos na praia”, ressalta Ananda.
“Estamos com um desafio muito grande de circulação viral numa área do Estado em que não temos
avicultura comercial, mas onde há muita circulação de pessoas e veículos de outras regiões.”
O Serviço Veterinário Oficial já acumula 5.625 ações de vigilância ativa desde janeiro de
2023, com estimativa de 6,84 milhões de aves observadas; além de 3.456 ações de educação
sanitária, com alcance estimado de 3 milhões de pessoas. A vigilância passiva recebeu 159
notificações de casos suspeitos, com colheita de amostras em 37 dessas ocorrências e quatro casos
confirmados. Nenhum desses casos são de aves de produção – o que mantém o status sanitário do
Estado e do país.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de ovos, o terceiro maior produtor de frango
de corte e o maior exportador de carne do peru do Brasil. A avicultura, tanto comercial como de
subsistência, está presente em 239 mil estabelecimentos agropecuários do Estado, representando
mais de 50% do total de 400 mil estabelecimentos registrados no Sistema de Defesa Agropecuária da
Seapi. As informações partem da assessoria de comunicação da Seapi.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50