Porto Alegre, 24 de outubro de 2017 – Santa Catarina desfruta da melhor
condição sanitária do Planeta, livre das doenças que afetam centenas de
países e comprometem a saúde animal de várias espécies. O preço desse
status é a eterna vigilância, por isso, agroindústrias, governo e produtores
rurais atuam em conjunto para evitar e controlar qualquer ocorrência que possa
afetar a segurança sanitária por meio do Plano de Emergência Avícola.
Criar uma estrutura operacional e logística para o extermínio rápido de
grandes plantéis de aves, em eventuais casos de ocorrências sanitárias, é
uma exigência do plano de emergência avícola que todos os Estados devem ter.
Trata-se de um cenário hipotético que deve ser imaginado como possível para
que todas as ações de intervenção, correção e controle sejam previstas e
estruturadas. Assim, se ocorrer, a cadeia produtiva estará equipada para reagir
com rapidez e eficiência.
Na semana passada, em Concórdia, a Associação Catarinense de Avicultura
(ACAV) apresentou a representantes de entidades de defesa sanitária de Minas
Gerais, Santa Catarina e Paraná, além da Associação Brasileira da Proteína
Animal (ABPA), um novo instrumento para entrar em operação no caso de uma
emergência avícola. É uma máquina fabricada nos Estados Unidos – a AVI
Foamguard ST3, da marca Kifco – cuja finalidade é eliminar lotes de aves de
forma operacionalmente rápida, biologicamente segura e gerencialmente eficaz.
A máquina emite uma espuma atóxica e biodegradável que permite eliminar
rapidamente e sem dor, grandes plantéis – mais precisamente, 1.000 aves por
minuto – e preservar as condições sanitárias de toda a cadeia produtiva. É a
primeira do país e sua demonstração foi feita sem o emprego de aves na
Granja Salvin, área rural de Concórdia.
“O maior patrimônio da cadeia industrial avícola de Santa Catarina,
considerada a mais avançada do país, é seu status sanitário”, realça o
diretor executivo da ACAV Ricardo de Gouvêa. A aquisição do equipamento foi
motivada pela consciência preservacionista. Nesse aspecto essencial reside a
importância em adquirir e incorporar um equipamento de proteção e controle
sanitário inédito no Brasil e de tecnologia avançada.
Os elos da cadeia produtiva – criadores, indústrias, técnicos –
preparam-se para um evento, trabalhando intensamente para que ele, na realidade,
jamais aconteça. Os participantes da demonstração avaliaram como uma
avançada ferramenta, extremamente útil dentro do plano de emergência
avícola. “uma questão de segurança nacional” em razão de sua expressão
econômica e social.
De acordo com Gouvêa, a iniciativa da ACAV, instituição que reúne os
principais conglomerados agroindustriais de aves, é colocar em ação esse
moderno equipamento nos casos em que a eliminação total de plantéis de aves
torna-se imperiosa para garantir a sanidade do setor.
COMO FUNCIONA
O equipamento, que custou cerca de R$ 200 mil, funciona sobre uma
plataforma móvel, podendo ser deslocado em um caminhão ou puxado por reboque.
Sua finalidade é eliminar lotes de aves que apresentam alguma ocorrência
sanitária de forma rápida, eficaz e segura. Emprega uma tecnologia que combina
água com um composto de alta capacidade espuminógena.
À medida que emite espuma no ambiente, o dispositivo vai se movendo em
direção ao conjunto principal, ao qual está ligado por uma mangueira que
serve como tração e duto para água e outros elementos que formam a espuma
atóxica e biodegradável.
A espuma, em razão do tamanho de suas bolhas, impede a troca de gases
pelas aves, que morrem asfixiadas, porém sem sofrimento. Em apenas 15 minutos,
a máquina elimina 15.000 frangos alojados em um aviário padrão de 100 metros
de comprimento por 12 de largura. Em 30 minutos elimina 30.000 aves em um grande
aviário.
A máquina de espuma permanecerá baseada na cidade de Concórdia, mas,
estará disponível para uso em qualquer município do Estado de Santa Catarina.
Em três a cinco horas será possível deslocar-se para qualquer ponto do
território barriga-verde para ser utilizado em situações em que houver a
necessidade de eliminação de aves em grande quantidade, controlando evento
sanitário ou epizootécnico.
O equipamento não combate nenhuma patologia em particular, mas, entrará
imediatamente em operação quando houver necessidade de controle sanitário.
EXPRESSA
O diretor executivo da ACAV Ricardo de Gouvêa explica que a gigantesca
dimensão da cadeia produtiva catarinense – a segunda maior do país – torna
necessário esse equipamento. Santa Catarina abate cerca de 1 bilhão de aves
por ano, criadas por 10 mil avicultores do sistema de integração
agroindustrial.
– “Se houver necessidade de eliminar alguns plantéis por motivos
sanitários, estaremos lidando com milhares e, talvez, milhões de frangos que
seriam abatidos nos próprios estabelecimentos rurais. Isso não pode ocorrer de
modo manual e improvisado, mas de forma científica e humanizada”, explica
Gouvêa.
A preocupação máxima da Associação Catarinense de Avicultura é o
absoluto controle sanitário em face da importância econômica, social e humana
da avicultura para Santa Catarina e o Brasil. As informações partem da
assessoria de imprensa da ACAV.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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