Porto Alegre, 13 de setembro de 2017 – Santa Catarina, Argentina e Paraguai
se unem para construir uma nova rota para o transporte de milho. O grão
produzido no Paraguai poderá abastecer as cadeias produtivas de suínos, aves e
leite em Santa Catarina. Esse será o tema do Encontro Transfronteiriço da
Rota do Milho, que acontecerá nesta sexta-feira e sábado (15 e 16), na cidade
de Encarnación, no Paraguai, com articulação do Sebrae/SC.
Grande produtor de carnes e leite, Santa Catarina se tornou também o maior
importador de milho do país. Todos os anos são mais de três milhões de
toneladas do grão que saem do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul para
abastecer as cadeias produtivas de suínos, aves e leite em Santa Catarina. A
nova rota pode encurtar as distâncias percorridas pelo grão e dar mais
competitividade para o agronegócio catarinense.
A intenção é que o milho saia do Paraguai, siga para Argentina (passando
pela ProvIncia de Misiones em direção a Bernardo de Irigoyen) e chegue até
Dionísio Cerqueira. O custo no frete poderia cair em até 70%, o que daria mais
sustentabilidade para o agronegócio de Santa Catarina. O secretário de Estado
da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, explica que essa é uma
possibilidade real e que pode representar a continuidade do modelo econômico
catarinense.
“Nossa produção de milho é de 3,2 milhões de toneladas de milho e
nosso consumo gira em torno de 6,5 milhões de toneladas do grão. Hoje para
trazer milho do Mato Grosso pagamos mais no frete do que no grão, porque são
em média dois mil quilômetros de distância, precisamos pensar em rotas
alternativas que dêem mais competitividade para nossa cadeia produtiva”,
ressalta.
Caso a Rota do Milho se concretize, o milho estará a 354 km de Dionísio
Cerqueira, onde já existe um serviço de aduana, e a 555 km de Chapecó, maior
centro de consumo do grão em Santa Catarina. Quase metade do trajeto feito
pelos caminhões que trazem milho do Mato Grosso, por exemplo.
O secretário adjunto Airton Spies, que representará Santa Catarina no
Encontro, afirma que da reunião sairá um documento onde serão apontadas as
etapas para viabilizar a Rota do Milho. “Hoje, Santa Catarina já traz milho do
Paraguai, porém por uma rota mais longa, passando por Foz do Iguaçu, com
muitas dificuldades aduaneiras, formação de longas filas de caminhões que
atrasam e geram custos. Essa nova rota reduziria o tempo de transporte e o
custo. Colocando o estado com uma vantagem competitiva para produção de carnes
e leite”, destaca. As informações partem da assessoria de imprensa da
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50