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CARNES: Setor de alimentação animal deve fechar 2016 estável – Sindirações

14 de dezembro de 2016
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Porto Alegre, 14 de dezembro de 2016 – De acordo com o Sindicato Nacional
da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a expectativa é de que
o setor encerre o ano de 2016 estável com uma produção de 66,8 milhões de
toneladas de ração animal, volume praticamente semelhante ao de 2015. Entre
janeiro e setembro de 2016, a produção registrou um leve aumento de 1%,
período em que a demanda de rações para suínos obteve expansão de 3,4%, o
maior crescimento dos segmentos.

Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, ressalta que a demanda de janeiro a
setembro por rações alcançou pouco mais de 50 milhões de toneladas e, diante
do ritmo ainda mais lento do último trimestre, a previsão é de que não haja
avanço em 2016 em relação ao ano anterior. “A escalada do preço do milho,
principalmente durante o primeiro semestre, combinada à subida do farelo de
soja no segundo trimestre, desmotivou a engorda de bois e a alimentação
preparada do rebanho leiteiro, enquanto os produtores de aves e suínos
continuaram incrementando o alojamento e abate”, complementa Zani.

No segundo semestre, o alívio apurado no custo dos principais insumos da
alimentação estimulou a retomada da pecuária leiteira, favorecida pelo preço
do leite pago ao produtor, enquanto as cadeias produtivas de aves e suínos
reduziram o ritmo da demanda por rações e o retrocesso da reposição inibiu
ainda mais o consumo de concentrados nos confinamentos.

“Para 2017, a previsão preliminar é contabilizar pouco mais de 69
milhões de toneladas de rações, montante ainda dependente da recuperação da
economia doméstica tanto do comércio internacional e da confiança do
empreendedor, quanto do consumidor brasileiro”, ressalta Zani.

De janeiro a setembro, a indústria de alimentação para avicultura de
corte produziu 24,6 milhões de toneladas de rações, cujo custo médio atingiu
seu ápice em maio e junho (R$53,00/saca 60kg milho e R$1.500,00/tonelada de
farelo soja; CEPEA/Esalq e dólar cotado em R$ 3,60; Boletim Focus Banco
Central) e desde então tem recuado, por conta do alívio nos preços do milho e
do farelo de soja (R$ 37,25/saca 60kg e R$ 1080,00/tonelada, respectivamente;
Jox 30/11) e de outros insumos indexados ao dólar (R$3,30 em novembro; Boletim
Focus Banco Central).

O alojamento de pintainhos estimado até outubro é de 5,4 milhões,
quantidade que está arrefecendo desde julho. “O insuficiente alívio no custo
de produção, combinado à fragilidade do consumo doméstico, são fatores que
tem desestimulado a intenção de alojamento, reduzido a produção de carne e,
consequentemente, a demanda de ração durante o último trimestre. A previsão
é contabilizar cerca de 32 milhões de toneladas de rações em 2016 e pouco
mais de 33 milhões de toneladas em 2017”, afirma Ariovaldo Zani.

A produção de rações para galinhas de postura, por sua vez, somou 4,2
milhões de toneladas e avançou 1,8% de janeiro a setembro. Este desempenho
deve-se às oportunidades de exportação e campanhas de incentivo ao consumo
doméstico de ovos, além do ligeiro incremento no alojamento das pintainhas em
produção e o avanço mais vigoroso do plantel de matrizes.

A demanda prevista por ração deve somar 5,7 milhões de toneladas em
2016. “Por conta da crise econômica, que desafia o orçamento familiar dos
brasileiros, e do preço do ovo que deve continuar pressionado até o final do
ano, observamos um modesto incremento de 1,2% em relação a 2015”, explica o
CEO do Sindirações. A previsão para 2017 é produzir 5,9 milhões de
toneladas de rações para poedeiras.

No primeiro semestre, com o preço alto da carne bovina, houve uma
recuperação significativa das exportações de carne suína e a maior procura
do consumidor doméstico, o que potencializou os abates. Em contrapartida, a
pressão do custo da alimentação à base de milho e farelo de soja obteve como
consequência o abate de matrizes e a terminação de animais mais leves, o que
culminou numa produção de 11,7 milhões de toneladas no período de janeiro a
setembro.

“Apesar do alívio nos custos da alimentação animal, e muito embora as
festas de fim de ano tendam a estimular o consumo da carne suína, a continuada
perda do poder de compra do consumidor doméstico inibe, em certa medida, os
abates e a oferta dessa proteína animal”, analisa Zani. Em consequência, a
produção de ração estimada para o ano de 2016 deve alcançar 16,4 milhões
de toneladas e incremento de 3,5% em relação ao ano passado. Para 2017, a
previsão é de um montante próximo de 17 milhões de toneladas.

De janeiro a setembro, a oferta foi restrita por causa do retrocesso nos
abates e redução no peso das carcaças, a arroba permaneceu valorizada e o
patamar de preço incomodou bastante o bolso do consumidor, apesar da
preferência nacional pela carne bovina.

De acordo com Zani: “O custo alto da alimentação para os regimes de
confinamento e recria/engorda e a dificuldade da reposição por causa do preço
do bezerro, frustraram as expectativas e redundaram na demanda de 2,1 milhões
de toneladas de rações. O alívio no preço da reposição e a
desvalorização da arroba do terminado divergem do varejo, que continua com
preços elevados que desestimulam o consumidor”.

Em contrapartida, a demanda por rações em 2016 é estimada em pouco mais
de 2,5 milhões de toneladas, um retrocesso de quase 7% em relação à 2015. A
previsão é produzir em 2017 a quantidade produzida em 2015, ou seja, pouco
mais de 2,7 milhões de toneladas.

“Os laticínios encontraram, no primeiro semestre, grande dificuldade na
captação da matéria-prima e enfrentaram forte concorrência, justificada pela
oferta enxuta de leite cru e desestimulada, principalmente, pelo custo alto dos
fertilizantes, combustíveis, e do milho e soja utilizados na alimentação das
vacas em lactação”, afirma Ariovaldo Zani, que ainda complementa que “os
preços recordes pagos pelo leite animaram os produtores e favoreceram a
reintrodução da tecnologia a partir de julho, que incrementou a demanda por
rações, que até setembro já somava 3,9 milhões de toneladas”.

Essa retomada poderá até compensar o retrocesso apurado no primeiro
semestre e culminar na demanda de 5,3 milhões de toneladas em 2016 — apesar
dos pastos parcialmente recuperados pelas chuvas sazonais –, enquanto que, em
2017, a previsão é produzir mais de 5,6 milhões de toneladas de ração.

A demanda de rações para peixes e camarões alcançou 722 mil toneladas e
praticamente manteve-se estável nos nove meses do ano, principalmente por
causa dos desafios determinados pelo vírus da mancha branca, que abateu
sobremaneira a carcinicultura no litoral cearense e pelo despovoamento de
tilápias castigadas pela severa estiagem que comprometeu o açude do
Castanhão, dentre tantos outros reservatórios no Nordeste.

Apesar do crescimento da piscicultura na região Sudeste, a persistência
dos gargalos mencionados pode aprofundar o retrocesso e culminar na demanda de
apenas 925 mil toneladas de rações para aquicultura em 2016. Um pouco mais de
1 milhão de toneladas de rações é a previsão da demanda ao longo de 2017.

A crise econômica brasileira que continua resiliente, prejudicou o consumo
de alimentos para cães e gatos, que somou 1,9 milhão de toneladas até
setembro. “No entanto, a tendência de humanização dos animais de companhia
segue firme, já que seus tutores parecem cada vez mais atentos à qualidade de
vida (saúde e bem-estar) dos seus mascotes”, registra Zani.

A continuidade do ambiente adverso tem incentivado as empresas e o varejo a
inovar por meio de promoções e descontos, ações que tem incrementado a
demanda no último trimestre, levando à produção de quase 2,5 milhões de
toneladas de alimentos para cães e gatos em 2016. “O mesmo raciocínio deve
ser aplicado à 2017, ano em que se prevê a produção de mais de 2,6 milhões
de toneladas”, finaliza Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações. Com
informações da assessoria de imprensa do Sindirações.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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