Porto Alegre, 8 de janeiro de 2016 – O setor de alimentação animal
registrou, em 2015, um leve aumento em sua produção, de acordo com balanço
prévio do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal
(Sindirações). A expectativa do órgão é de alcançar 66,3 milhões de
toneladas de ração, ante 65 milhões de 2014, um crescimento de 2%. Já para o
sal mineral, a previsão é de 2,43 milhões de toneladas em 2015, ante 2,37
milhões de toneladas do ano anterior.
“O efeito da desvalorização do real sobre os preços brasileiros e sobre
as matérias-primas utilizadas na alimentação de aves, suínos, bovinos de
corte e leite elevou os preços agropecuários no atacado e prejudicou as
finanças das empresas”, afirma Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do
Sindirações.
Segundo ele, os itens que mais pressionaram o setor foram os aditivos
importados e indexados ao dólar; o milho, cujo preço/tonelada, em real,
aumentou 24% entre janeiro e novembro; e o farelo de soja, cujos preços subiram
31%, apesar da redução no custo global da alimentação animal, por causa do
recuo de 5% do valor em dólares do cereal e de 17% no farelo da oleaginosa.
“O real fraco e a volatilidade prejudicaram as empresas brasileiras que
comercializam seus produtos no mercado interno, caso de muitos produtores
independentes de frangos, ovos, suínos, leite, etc., que precisam de crédito e
de maior capital de giro, necessários ao pagamento de insumos e de energia
elétrica, cujos preços subiram muito”, comenta Zani.
O presidente do Sindicato, no entanto, afirma que as agroindustriais,
integradoras brasileiras e empresas que exportam farelo de soja, milho e carnes
foram favorecidas pela desvalorização do câmbio que, em parte, compensou a
queda dos preços internacionais de algumas commodities.
“O possível enxugamento monetário americano, em 2016, poderá pressionar
ainda mais o real, o que estimulará a inflação e o aumento da taxa de juros,
internamente, embora o dólar valorizado venha favorecer a competitividade dos
produtos agropecuários exportados pelo País.”
AVES
Segundo o Sindirações, o setor de frangos de corte absorveu 32,4
milhões de toneladas de rações em 2015, um aumento de 3,5%, enquanto o
alojamento de pintainhos cresceu 4,7% até setembro. A capacidade de compra do
consumidor doméstico diminuiu, por causa da retração econômica, motivo pelo
qual a carne de frango substituiu crescentemente a carne bovina.
A desvalorização do real frente ao dólar e os episódios de gripe
aviária em países exportadores favoreceram os embarques brasileiros de carne
de frango ao exterior, que até dezembro alcançaram 4,304 milhões, 5% acima do
total obtido em 2014.
A produção de rações para galinhas de postura, por sua vez, totalizou
5,5 milhões de toneladas, um retrocesso de 4,5%, em decorrência da queda da
capacidade de compra do consumidor e da diminuição do alojamento de
pintainhas.
GADO DE CORTE
Em 2015, a arroba do boi manteve-se valorizada e o preço da carne bovina
levou o consumidor doméstico a optar por proteína mais acessíveis, caso do
frango e do suíno. O alto custo da reposição de boi magro e, principalmente,
o descompasso entre a oferta e demanda de bezerros, comprometeram os projetos de
confinamento e semiconfinamento.
Conforme Zani, como consequência, o setor absorveu 2,7 milhões de
toneladas de rações (aumento de 2,2%) e pouco mais de 2,4 milhões de
toneladas de sal mineral, apesar do câmbio mais competitivo, da abertura do
mercado norte-americano, Arábia Saudita, África do Sul e Iraque, da retomada
dos embarques para o Japão e a China, além da ampliação dos embarques para
outros destinos tradicionais.
GADO DE LEITE
Fatores climáticos sazonais (estiagem, baixa temperatura e luminosidade)
contribuíram para a queda da produção de rações para gado leiteiro,
estimada em 5,3 milhões de toneladas, um retrocesso de quase 2%.
“O custo de produção do leite manteve-se em alta, por conta do aumento
da energia elétrica, combustíveis, fertilizantes e outros insumos cotados em
dólar. Ao mesmo tempo, a diminuição do preço do leite pago aos produtores
reduziu a margens de lucro e forçou muitos deles a secar as vacas com
antecedência para redução dos custos e melhorar a produtividade”, justifica
Zani sobre a queda da demanda por rações.
SUINOS
A recuperação das exportações da carne suína e a maior procura do
consumidor por causa do alto preço da carne bovina estimularam os abates,
apesar de o mercado de animais vivos ter permanecido enxuto. A demanda estimada
por ração, por sua vez, respondeu também ao aumento no peso de abate e
totalizou 15,7 milhões de toneladas durante 2015, aumento de 3% comparado ao
ano anterior. Com informações da assessoria de imprensa da Sociedade Nacional
de Agricultura.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 19/12/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,59Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.930,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.000,00Milho Saca
R$ 68,50Preço base - Integração
Atualizado em: 19/12/2025 08:45