Porto Alegre, 28 de junho de 2022 – Com desafios importantes para enfrentar
como o autocontrole sanitário, novas regras de rotulagem e risco de elevação
da carga tributária do setor, foi eleito em chapa única e tomou posse na
última sexta-feira (24/06), o novo Conselho de Administração do Sindicato da
Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná – Sindicarne -PR, com
mandato de 4 anos.
Os membros eleitos para o Conselho de Administração foram: Jeremias Silva
Júnior, Luiz Carlos Tiossi, Elias José Zydek, Rafael Santos, Gerson Antonio
Costa e Roberto Juliatto. Como suplentes: Mauro José Baudino, James Celso
Lisboa Júnior, Egídio Valiatti, Gustavo Luiz Bizinelli, Rodrigo da Silveira
Maia e Marcos Marcelo Cominesi. Para o Conselho Fiscal tomaram posse: Osíres
Foggiatto, Peterson Luiz Gobi e Fábio Perdigão, tendo como suplentes: Luciano
Luiz Criminacio, Rondinelli Antonio Gobi e Ademir Juliatto. Os delegados
representantes junto à FIEP serão Ângelo Setim Neto e Luiz Carlos Setim, com
Elias José Zydek e Rafael Santos na suplência. O empresário Ângelo Setim
Neto (Grupo Argus) foi mantido pelo Conselho de Administração como presidente
executivo do Sindicarne.
Também se fizeram presentes na Assembleia Geral realizada na sede do
Sindicarne em Curitiba a equipe técnica e executiva do sindicato, coordenada
pelo economista Gustavo Fanaya, e o advogado Célio Moraes, da Gerência
Jurídica da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). A nova
gestão informou que realizará, com o assessoramento jurídico da FIEP, a
atualização do estatuto social da entidade e o prosseguimento das
negociações relativas aos acordos coletivos de trabalho firmados com diversas
entidades laborais do Paraná.
Além das questões como rotulagem, autocontrole e tributária, também foi
discutida pelos presentes a forte crise que a cadeia produtiva da suinocultura
vem enfrentando nos últimos meses, com oferta excessiva de animais, forte
elevação dos custos de produção e a impossibilidade de repasses, em face da
demanda reprimida e a dificuldade imposta pela imprevisibilidade no comércio
externo e na esfera cambial. A crença predominante, porém, é de que, uma vez
superada a fase atual, a cadeia da carne suína paranaense retomará seu franco
crescimento e levará sua qualidade tanto no mercado doméstico quanto no
internacional.
“A superioridade das vantagens competitivas que o Paraná dispõe, como a
excelência de nossos plantéis, técnicas avançadas de manejo, avançada
tecnologia de nossos sistemas industriais, qualificação de nossa força de
trabalho, infraestrutura invejável e forte sintonia com as esferas
governamentais nos faz acreditar e apostar no grande potencial das cadeias
produtivas de proteínas animais de nosso estado” afirmou o presidente
executivo da entidade, Ângelo Setim Neto.
Também foi discutida pelos presentes a situação peculiar vivenciada pelo
nosso setor industrial da carne bovina, com a escassez de animais para abate
prejudicando sensivelmente a formação de escala dos matadouros frigoríficos
locais. O atual status de área livre de aftosa sem vacinação restringe a
poucas possibilidades a entrada no Paraná de animais, reduzindo severamente a
disponibilidade de animais para abate. Como agravante, a pauta fiscal para o
gado bovino no nosso estado tem sido sistematicamente fixada abaixo dos valores
e dos pesos verificados nas principais regiões produtoras, subsidiando a
aquisição por concorrentes de outros estados, como São Paulo.
Esses fatores têm comprometido seriamente a competitividade da indústria
de carne bovina do Paraná, que, ao contrário do previsto, ainda não ganhou
novos clientes internacionais. Como exemplo, o Canadá autorizou em março deste
ano a importação de carne bovina do Brasil de estados sem vacinação, mas
apenas o estado de Santa Catarina foi habilitado, embora o Paraná exiba o mesmo
status sanitário há mais de 12 meses. Os frigoríficos exportadores de São
Paulo – estado que segue vacinando contra febre aftosa – aumentaram em 30% o
seu volume exportado de carne bovina entre janeiro e maio de 2022 frente a
2021, um pouco acima da exportação brasileira, que cresceu 28%. Na contramão,
o Paraná sofreu queda de 3,2% no mesmo período. E esses números só tendem a
piorar caso não haja a retificação imediata dos critérios utilizados para
definição dos valores da pauta fiscal do gado bovino paranaense. Também se
faz necessário uma estratégia proativa que promova internacionalmente a
excelência da carne paranaense, que precisa ser mais evidenciada nas
negociações com países importadores.
A conjuntura econômica especialmente desafiadora, com redução em
proporções inéditas do consumo per capita no mercado interno, derivada da
atual crise econômica, não permite espaço para repasse dos novos custos,
verificando-se forte queda da rentabilidade de todas as empresas do setor, com
muitas unidades operando no vermelho. O setor conta com a sensibilidade social
da classe política paranaense, que precisa assimilar o fato de que é
imprescindível haver um tratamento diferenciado para com os produtos da cesta
básica, como as carnes e seus produtos derivados. Produtos alimentícios
básicos não podem, sob nenhuma hipótese, serem onerados com novas taxas,
encargos ou impostos, para não comprometer ainda mais a já extremamente
fragilizada segurança alimentar da nossa população de renda mais baixa. As
informações partem da assessoria de imprensa do Sindicarne-PR.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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