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CARNES: Suinocultura brasileira deve retomar crescimento em 2019 – ABPA

14 de janeiro de 2019
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Porto Alegre, 14 de janeiro de 20199 – O ano de 2018 foi marcado por
diversas dificuldades para os suinocultores brasileiros e também para as
agroindústrias. O custo de produção permaneceu em patamares elevados, a
remuneração paga ao produtor não atingiu as cifras desejadas e as empresas
sofreram com os reflexos das operações Carne Fraca e Trapaça, que fizeram com
que países importadores das carnes brasileiras suspendessem as importações
do Brasil. Em meio ao caos político, no ano passado também houve a greve dos
caminhoneiros, que resultou em perdas para vários setores da economia.

Apesar do grave período de recessão atravessado pelo Brasil no ano
passado, a economia deve se recuperar em 2019, gerando reflexos positivos para a
produção de proteína animal. Em entrevista ao Informativo ACCS, da
Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, o diretor-executivo da
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, fez
projeções otimistas para a suinicultura.

ACCS – Quais são as expectativas para a suinocultura brasileira em 2019?

Ricardo – Tivemos um ano de 2018 difícil por causa do bloqueio das
exportações para a Rússia, mas no final do ano nós conseguimos a reabertura
deste mercado. Na China vemos a Peste Suína Africana (PSA) avançar em
proporções grandes. Fala-se que a China precisará importar de três a cinco
milhões de toneladas de carne suína para atender a demanda. A gente já sabe
que essa quantia não está disponível nos países exportadores, incluindo o
Brasil.

Os chineses vão precisar aumentar o consumo de carne de frango e bovina para
suprir a falta de carne suína. Pela retomada das exportações para a Rússia e
o episódio de PSA na China, o Brasil vai ter um ano positivo na suinocultura.

Em relação ao volume de exportações, qual o patamar o Brasil deve atingir?

Devemos exportar muito mais do que as quase 600 mil toneladas de 2018.
Infelizmente o envio de carne suína para outros países foi menor no ano
passado em relação a 2017, mas em 2019 pretendemos ter patamares muito mais
positivos. Como ainda dependemos verificar o panorama global, principalmente o
de importação de carne suína da China, a gente ainda não fala em números.
Mas se não houver nenhum episódio diferente, nós devemos ter crescimento
entre 2% e 5% nos embarques de carne suína.

O que podemos esperar do novo Governo Federal e também da nova composição do
Ministério da Agricultura?

As expectativas que a gente tem com o novo governo e com o Ministério da
Agricultura são positivas. O novo governo traz a responsabilidade de fazer
reformas e colocar o país nos trilhos de novo. Nós já percebemos a economia
caminhando, o crescimento do emprego e a confiança dos empresários retomada.
Felizmente acabou aquele ciclo de retração econômica que nós vivenciamos nos
últimos três anos. O crescimento projeto para a economia em 2019 está na
casa dos 2,5% e 3%.

Com relação a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a expectativa é mais
que positiva. A ministra é uma grande conhecedora do nosso setor, uma
especialista em agronegócio. Ela também tem o apoio do secretário-executivo
Marcos Montes. Vamos ter um ciclo muito positivo para as carnes suína, de aves
e de ovos, que são representadas pela ABPA.

Como está a imagem do Brasil perante o mundo após as operações Carne Fraca e
Trapaça? O país já conseguiu recuperar a sua credibilidade perante os
mercados compradores?

Nós estamos fazendo um trabalho de recuperação e imagem global, mostrando a
qualidade do nosso produto. Tivemos dificuldades de imagem sim, mas é
importante lembrar que desde a operação Carne Fraca, apenas 70 dos 160
mercados que nós atendemos barraram a importação de carnes do Brasil. Hoje
todos esses países reabriram mercado com o Brasil.
No caso de frango continuamos a vender mais de quatro milhões de toneladas e
600 mil toneladas de suínos. Isso mostra a confiança que o mercado
internacional tem em nosso produto. Existe muito trabalho para reconquistar a
credibilidade e acredito que este ano será muito positivo não somente para o
setor, mas também para a imagem brasileira do agronegócio.

Em 2019 quais são os países que devem se posicionar como os principais
compradores da nossa proteína e quais são as grandes promessas para este ano?

A figura dos importadores brasileiros não deve mudar muito. A China deve se
confirmar como a maior importadora de carne brasileira, superando Hong Kong.
Neste ano esperamos a habilitação de novas plantas para a China Continental.
Hong Kong, que hoje é o maior importador de proteína brasileira, deve manter
um bom volume de compras.

A Rússia deve habilitar novas plantas para importar carne do Brasil. Esperamos
exportar para a Coreia do Sul, mas temos grande expectativa em relação ao
México, que é também um grande importador de carne.

Várias partes do mundo estão sofrendo prejuízos com a PSA. O Brasil pode ser
favorecido com as dificuldades sanitárias pelas quais diversos países
enfrentam?

A PSA está presente em vários países da Ásia, mas principalmente na China.
Nós como produtores de suínos precisamos reforçar os cuidados com a sanidade
da nossa propriedade. A sanidade é um dos grandes segredos do sucesso da nossa
exportação. Esses cuidados devem ser maiores em Santa Catarina, que é livre
de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica.

A Ásia, Eurásia e alguns países da Europa estão sentindo os efeitos da Peste
Suína Africana. Nós vamos ter a oportunidade de aumentar as nossas
exportações porque eles terão diminuição da produção. As informações
partem da assessoria de imprensa da ACCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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