Porto Alegre, 23 de novembro de 2016 – As vacinas produzidas no Brasil para
proteger o rebanho contra a febre aftosa são trivalentes, contendo os vírus
“O”, “A” e “C”. Esta composição, no entanto, pode – e deve –
ser revista. O Grupo ad hoc de Febre Aftosa, que reúne pesquisadores da OIE
(Organização Mundial de Saúde Animal) e é responsável pela avaliação do
status sanitário dos países integrantes do organismo internacional, sugere um
movimento para a retirada do vírus “C” das vacinas.
A reivindicação se baseia no fato de que o vírus não é isolado nos
rebanhos há mais de dez anos. No Brasil, o último caso envolvendo o vírus
“C” foi em 2004, em Manaus. No mundo, o caso mais recente aconteceu no
Quênia, em 2005. “A retirada do vírus ‘C’ é uma tendência
internacional e temos de segui-la”, defende o presidente do GIEFA – Grupo
Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa e vice-presidente do CNPC –
Conselho Nacional de Pecuária de Corte, Sebastião Guedes.
Segundo Guedes, a medida traria benefícios para toda a cadeia.
“Diminuiria os custos de produção para a indústria, pois eliminaria uma
monovalente nas etapas da fabricação”, afirma. Quando uma vacina tem mais de
um vírus em sua composição, os processos de fabricação são separados.
Significa dizer que cada componente monovalente é produzido de modo separado na
indústria, para depois serem adicionados juntos num mesmo frasco.
Outra vantagem seria a “continentalização” da vacina, ou seja, o
produto utilizado no Brasil poderia vir de outro país fabricante. “Melhoraria
muito a competitividade do setor. O aumento da concorrência seria benéfico,
pois poderia refletir em preços menores da dose da vacina para o produtor”,
diz Guedes.
Vacina mais compacta
Outro tema que precisa entrar na pauta é a possibilidade de o Brasil
produzir uma vacina contra aftosa mais “compacta”, contendo volume menor por
dose. “Ao invés de 5 ml, podemos reduzir para 2 mL, como é feito na
Argentina, por exemplo, sem qualquer prejuízo para a imunidade induzida no
animal”, afirma Guedes. A medida reduziria os custos de produção e ajudaria
a mitigar um problema com o qual o produtor tem se deparado cada vez mais nos
últimos anos: a reação local.
Além de desagradar criadores de gado de elite, obrigados a expor seus
animais com aparência desagradável, os nódulos decorrentes das reações
vacinas provocam prejuízos. Estudos mostram que as perdas atingem, em média, 2
kg de peso morto de músculo na área afetada, que deve ser retirada da
carcaça no momento do toalete. “Insistimos na sugestão que fazemos para que
o Ministério da Agricultura aprofunde o controle de qualidade da tolerância
local das nossas vacinas contra aftosa”, diz Guedes. As informações partem
da assessoria de imprensa do CNPC.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.250,00Milho Saca
R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30