CARNES:JBS deve ter balanço positivo no 1T18, apesar de problemas no Brasil

Porto Alegre, 11 de maio de 2018 – Os resultados financeiros da JBS devem
ser positivos no primeiro trimestre do ano puxados pelo crescimento da unidade
de carnes nos Estados Unidos, embora as operações no Brasil tenham apresentado
mais dificuldades. Os dados da companhia também devem mostrar nova redução
da sua dívida líquida, após a venda de diversos ativos.

De acordo com a média de projeções colhidas pela Agência CMA, o lucro
líquido da JBS deve atingir R$ 354,2 milhões, uma queda de 16% na comparação
com o mesmo trimestre do ano passado. Por outro lado, o ebitda ajustado deve
somar R$ 2,691 bilhões, avanço de 26% na mesma comparação. Já a receita
líquida deve chegar a R$ 39,630 bilhões, alta de 5,35%.

Para os analistas do Itaú BBA, os dados serão “neutros” e os destaques
positivos serão as melhores margens das unidades norte-americanas. Por outro
lado, os destaques negativos serão as “ainda fracas margens nos negócios
brasileiros”.

“Acreditamos que o trimestre sazonalmente fraco, a menor base de receita
para diluir despesas corporativas e o mercado mais fraco de couro irão
contribuir para um ebitda negativo da JBS Brasil”, afirmaram em relatório. Já
a Seara deve sentir impacto de preços mais altos de grãos, redução nos
preços do frango no mercado doméstico e maior competição no mercado de
processados.

A analista do BB Investimentos, Luciana Carvalho, concorda e acredita que o
cenário é “desafiador” para a Seara e a JBS Brasil. “O aperto do ambiente
competitivo combinado com restrições impostas pela Europa e pela Rússia
resultam em uma crescente oferta doméstica e impactam preços, o que pode
afetar margens negativamente”, disse.

Entretanto, vê uma demanda favorável e custos ainda baixos nos Estados
Unidos, o que deve fazer com que a unidade JBS USA Beef ofusque parcialmente o
quadro pior no Brasil.

A Rússia suspendeu importações de carne brasileira desde o final do ano
passado. Já a União Europeia (UE) suspendeu importações de 20 frigoríficos
brasileiros no mês passado, alegando problemas sanitários. O governo
brasileiro afirmou que entrará na Organização Mundial do Comércio (OMC)
contra o bloco sobre a questão.

Veja abaixo a média das projeções coletadas pela Agência CMA. As
variações são calculadas em relação ao primeiro trimestre de 2017.

Lucro líquido: queda de 16%, para R$ 354,2 milhões
Receita líquida: alta de 5,35%, para R$ 39,630 bilhões*
Ebitda ajustado: avanço de 26%, para R$ 2,691 bilhões
Margem ebitda: crescimento de 0,98 ponto percentual, para 6,68%

Nesta prévia foram utilizadas projeções dos bancos e corretoras Itaú
BBA, BB Investimentos, BTG Pactual, J.P. Morgan e Santander.

*A média da receita líquida não contém projeção do Santander, que
não informou sua previsão apenas para este indicador.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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