CHINA: Novas tarifas podem atrapalhar negociações para possível acordo

São Paulo, 18 de setembro de 2018 – O Ministério do Comércio da China
afirmou que o país vai retaliar contra as tarifas de 10% anunciadas ontem pelos
Estados Unidos a um total de US$ 200 bilhões em importações chinesas, mas
não informou que tipo de medida será tomada contra Washington.

Em breve comunicado, o ministério diz apenas que não terá alternativa
senão revidar para defender seus interesses, mas não faz menção à promessa
feita anteriormente de sobretaxar US$ 60 bilhões em produtos norte-americanos,
com diferentes alíquotas, caso Washington de fato implementasse as taxas sobre
os US$ 200 bilhões em bens.

“Para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos e proteger a
ordem global de livre comércio, a China terá que tomar contramedidas”, diz o
comunicado do ministério. “Os Estados Unidos insistem em aumentar tarifas, o
que traz novas incertezas para as consultas entre os dois lados”.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang,
confirmou em coletiva de imprensa que as tarifas podem atrapalhar o encontro que
deveria acontecer nos próximos dias entre o secretário do Tesouro dos Estados
Unidos, Steven Mnuchin, e o vice-premiê chinês, Liu He, para debater a
relação comercial. A China já havia sinalizado que não negociaria “com uma
arma apontada para a cabeça”.

“A China tem destacado repetidas vezes que o diálogo e as consultas com
base em igualdade, integridade e respeito mútuo são o único caminho para
solucionar as disputas comerciais e econômicas sino-americanas”, afirmou Geng
Shuang. “O que os Estados Unidos estão fazendo não reflete sinceridade e boa
vontade”.

A sobretaxa norte-americana de 10% sobre as importações chinesas entrará
em vigor no próximo dia 24 e subirá para 25% no final do ano, segundo
funcionários do governo. Uma vez que as novas medidas sejam implementadas,
Trump terá taxado quase metade dos produtos chineses importados para os Estados
Unidos, que no ano passado foram avaliados em US$ 505 bilhões.

As informações são da agência CMA.

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