Porto Alegre, 4 de dezembro – Os países em desenvolvimento fizeram um
alerta para o risco de fracasso das negociações na 21 Conferência das Partes
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, se os países
ricos não se envolverem no financiamento da luta contra o aquecimento global.
“Queremos novos compromissos em matéria de financiamento”, afirmou a
embaixadora sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, presidente do grupo G77 + China
(que deve o nome ao número inicial de países que o constituíam, tendo-se
posteriormente alargado), um grupo de 134 países pobres ou emergentes que
inclui aqueles que serão particularmente afetados pelas mudanças climáticas.
Os países-membros do G77 querem financiamento para suportar a transição
para a energia verde, para se adaptar ao impacto das mudanças climáticas e
para compensar os danos daí resultantes. Embora alguns dos seus membros, como a
China e a India, estejam atualmente entre os maiores poluidores do planeta, o
grupo tem, historicamente, pouca responsabilidade na emissão de gases de efeito
estufa.
Em 2009, os países ricos prometeram aumentar a ajuda para chegar aos US$
100 bilhões por ano em 2020. De acordo com relatório da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, esse auxílio foi US$ 62 bilhões
em 2014.
A questão do financiamento não é, contudo, a única em aberto, pois
delegados de 195 países, que devem resolver o máximo de divergências até
amanhã (5), divulgaram ontem (3) um novo projeto de acordo com pouco mais de 50
páginas e alterações tidas como irrelevantes.
“O número de opções em aberto não foi reduzido” e permanece “perto
das 250”, observou Matthew Orphelin, porta-voz da Fundação Nicolas Hulot,
convidando os delegados a acelerar antes de passar os assuntos aos seus
ministros, na próxima semana.
Por outro lado, Enele Sosene Sopoaga, o primeiro-ministro de Tuvalu, ilha
do Pacífico ameaçada pela subida do nível do mar, lamentou o fato de os
discursos dos 150 chefes de Estado e de governo que, na segunda-feira (30),
afirmaram a sua determinação em agir, não terem uma “tradução concreta”
em decisões e medidas.
“O texto está, em grande parte, inalterado”, acrescentou Tasneem Essop,
da organização ambientalista internacional WWF, ironizando: “Ainda estão
mudando o lugar das cadeiras no convés para ter uma melhor visão do
icebergue”.
Para a ministra do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal, “é normal
que haja um ou dois dias para pôr em ritmo a máquina das conversações”,
sendo este um “momento de maturação necessário”, mas “é impensável
imaginar um fracasso”.
O objetivo da COP21 é alcançar, até 11 de dezembro, um acordo para
limitar o aumento do aquecimento global a 2 Celsius, relativos aos níveis da
era pré-industrial, levando em conta que já se verificou um aumento de 1 grau
na Terra.
No total, 525 mil pessoas morreram devido a cerca de 15 mil fenômenos
extremos, particularmente furacões, que causaram perdas estimadas em cerca de
US$ 3 trilhões em 20 anos, tendo Honduras, Myanmar e Haiti sido os países mais
afetados. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sem a
redução das emissões de gases de efeito estufa, em 2080 mais 175 milhões de
pessoas podem estar desnutridas. As informações partem da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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