Porto Alegre, 30 de dezembro de 2014 – O professor e cientista Jean-Pascal
van Ypersele, vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC), tem uma visão positiva sobre a possibilidade de um acordo
climático global em Paris, na 21 Conferência do
Clima (COP 21), no ano que vem. Ele não quis comentar os resultados alcançados
em Lima, em dezembro, na COP 20, mas enfatizou que, se houver vontade
política, a humanidade ainda tem uma oportunidade para reverter os efeitos das
mudanças climáticas.
Sobre a questão da sustentabilidade, em 2014, ele disse que o ano foi
marcados por fatos marcos positivos e negativos. O negativo, ressaltou ele, é
que em 800 mil anos, este foi o primeiro em que se registrou, no Hemisfério
Norte, “a triste marca histórica” de 400 partes de dióxido de carbono por
milhão de moléculas existentes no ar.
Já o positivo, observou Van Ypersele, é o sucesso do IPCC na divulgação
do maior relatório em mudanças climáticas já feito, oferecendo aos líderes
mundiais uma fonte objetiva e confiável de informação científica, técnica
e socioeconômica sobre o tema. “Vamos esperar que, com toda essa inspiração,
o ano que vem seja de decisões efetivas.”
Van Ypersele relembrou as conclusões do relatório do IPCC, divulgado em
novembro, para enfatizar que a humanidade ainda tem chances de limitar as
mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável e melhor. “Vamos
esperar que os líderes alcancem um acordo ambicioso, balanceado e inclusivo em
2015. A combinação entre o senso de urgência e as muitas possibilidades de
agir, oferecida pelo relatório do IPCC, compõe a base necessária para que
medidas sejam tomadas pelas nações”, destacou.
O vice-presidente do IPCC, porém, não deixou de enfatizar o risco que o
planeta corre caso os líderes falhem em estabelecer um acordo climático
global. “As emissões continuadas de gases de efeito estufa vão ampliar a
probabilidade de impactos severos, contínuos e irreversíveis para a humanidade
e para os ecossistemas. O que está em questão é a habitabilidade do único
planeta que temos”. Ele ressaltou também a necessidade de limitar o
aquecimento global a 2 C, abaixo da temperatura pré-industrial. “É muito mais
produtivo para as nações definir um acordo ambicioso e, se necessário,
ajudar as populações vulneráveis a se adaptar a ele, do que simplesmente não
agir por falta de consenso.” Com informações da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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