Porto Alegre, 25 de março de 2022 – No lançamento de ações do
Ministério do Trabalho e da Previdência, nesta sexta-feira, o presidente Jair
Bolsonaro voltou a atribuir a disparada dos preços dos combustíveis ao Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados e o
Distrito Federal. Bolsonaro se colocou à disposição para negociar um acordo
para frear os aumentos, mas afirmou que os governadores têm de fazer a sua
parte e não “esfaquear o governo federal”.
“Nós fazemos a nossa parte. E alguns governadores jogam essa
responsabilidade para cima de mim”, disse Bolsonaro, destacando que o governo
federal zerou os impostos sobre o gás de cozinha e o óleo diesel. “Alguns
falam que o ICMS é a maior fonte de receita dos estados. Tudo bem. E o
contribuinte? Que se exploda? Que se vire?”, completou.
Na sequência, propôs a negociação de um acordo com os governadores para
buscar soluções que reduzam os preços dos combustíveis no país. “Estamos
à disposição para conversar, mas que não seja só esfaquear o governo
federal. Aí é fácil”, disse.
Segundo Bolsonaro, a alta dos preços dos combustíveis é um problema que
tem de ser resolvido e passa pela redução do ICMS. “Hoje em dia se cobra ICMS
em cima do preço final da bomba. É um crime. Tem bitributação em cima
disso”, afirmou.
O presidente foi irônico ao tratar da decisão do Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz) que fixou o valor do ICMS sobre o litro do óleo
diesel em R$ 0,999, afirmando que os governadores foram “bonzinhos” ao aprovar
esse valor. Bolsonaro calculou que um caminhoneiro que tenha de fazer um
roteiro de ida e volta entre Brasília e São Paulo vai pagar R$ 1 mil de ICMS.
“Isso é um esculacho”, disse.
INFLAÇÃO
No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou uma prévia da inflação do mês de março, Bolsonaro reiterou
críticas às ações de governadores e prefeitos durante a pandemia, atribuindo
as altas dos índices às medidas de isolamento social, que obrigaram a
população a ficar em casa.
“Sem a economia, a fome e a violência que vem atrás dele matam muito mais
do que o próprio vírus”, afirmou Bolsonaro, acrescentando que ele se
posicionou contra as medidas de isolamento social e defendeu cuidados com os
idosos e as pessoas com comorbidades. Os demais trabalhadores, disse Bolsonaro,
deveriam manter a rotina, mas não foi atendido por prefeitos e governadores que
fecharam estabelecimentos não essenciais.
“As consequências foram, realmente, não muito boas para a economia e em
especial aquilo mais prejudica a todos, em especial os mais humildes, que é a
inflação. Mesmo assim se evitou que o desemprego se abatesse sobre nós”,
completou Bolsonaro, afirmando que foi um ato de “covardia” dos governadores
contra os trabalhadores informais.
Para Bolsonaro, a economia brasileira não entrou em colapso devido ao
trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe. “Em momentos de
tensões que tivemos, por várias vezes, ali na sala da Presidência. O
político, por vezes quer o imediatismo e ele segurou muita onda. De vez em
quando pensei que tua ia infartar, Paulo, mas resistiu à parada e estamos vendo
o que está acontecendo”, afirmou.
ELEIÇÕES
No discurso, Bolsonaro também falou das eleições de outubro e criticou
decisões do Poder Judiciário mandando tirar conteúdos das redes sociais.
“Vocês conheceram ditadura de outra forma, como censura em redes sociais. Quem
são os censores? Escolhidos por que critério? Estão a serviço de quem?
Querem prejudicar a quem?”, questionou.
O presidente voltou a criticar o PT e pregou a favor de eleições limpas em
outubro. “Não podemos fazer uma eleição com a mínima suspeição de algo
esteja errado. Podem ter certeza, eu acredito que as eleições sejam limpas e
confiáveis no corrente ano”, afirmou.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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