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CORONAVIRUS: Dados da China mostram potencial de impacto na economia global

2 de março de 2020
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Porto Alegre, 2 de março de 2020 – O surto do novo coronavírus finalmente
está mostrando ao mundo seu impacto negativo sobre o setor manufatureiro e seu
potencial para desacelerar a economia global, embora para os especialistas
consultados pela Agência CMA ainda haja incertezas sobre como afetará os
Estados Unidos.

Um índice do governo chinês que rastreia a confiança entre gerentes de
compras da indústria caiu em fevereiro para o nível mais baixo já registrado,
mergulhando profundamente em território de contração. O Departamento
Nacional de Estatística da China informou na sexta-feira à noite que o PMI do
setor manufatureiro caiu de 50,0 pontos em janeiro para 35,7 pontos em fevereiro
– o menor patamar registrado desde a crise financeira global de 2008.

Já o índice que acompanha os planos de compras no setor de serviços da
China caiu para uma mínima recorde de 29,6 pontos no período – bem abaixo da
marca de 50 que separa expansão da contração – sugerindo fraqueza na
construção, transporte, restaurantes e turismo.

Os dados são os primeiros indicadores de controle econômico oficiais a
serem divulgados após o agravamento do surto do novo coronavírus e confirmam
um congelamento que data do final de janeiro, quando as autoridades sinalizaram
que a doença – agora chamada de Covid-19 – estava se espalhando mais
rapidamente do que o esperado, levando indústrias, comércio e os serviços a
paralisarem suas atividades.

“O Covid-19 não apenas interrompeu a fabricação de bens, como também
quebrou a cadeia de produção chinesa, o que explica o PMI muito baixo, assim
como os pedidos de exportação”, disse a economista da ING para a China, Iris
Pang.

O PMI do setor industrial chinês, que caiu a 35,7 pontos em fevereiro,
situou-se durante a crise financeira global de 2008 e 2009, na faixa de 38,8
pontos a 45,3 pontos. Os subíndices do dado de fevereiro mostram problemas não
apenas na produção, que foi surpreendentemente fraca – 27,8 pontos -, mas
também em encomendas. Os pedidos de exportação atingiram 28,7 pontos e os
novos pedidos, que representam pedidos domésticos, chegaram a 29,3 pontos.

“O novo coronavírus representa um evento econômico significativo, com
sinais de desaceleração da economia da China, onde muitas regiões passam por
quarentenas que reduzem a atividade industrial do país e dificultam a vida de
empresas globais que não conseguem compensar a obstrução nas cadeias de
suprimento chinesa”, disse o economista chefe da Scotiabank Economics,
Jean-François Perrault.

Segundo Pang, da ING, mesmo que a produção industrial da China possa se
recuperar em março, o setor ainda enfrentará o risco de um baixo nível de
pedidos de exportação.

“Isso ocorre porque ainda haverá uma ruptura na cadeia de suprimentos,
desta vez na Coreia do Sul, Japão, Europa e Estados Unidos, onde o Covid-19
começou a se espalhar”, afirmou ela, acrescentando que as exportações da
China continuarão fracas até o segundo trimestre do ano.

O economista chefe do Wells Fargo para os Estados Unidos, Sam Bullard, é
mais otimista quanto aos efeitos do novo coronavírus na economia
norte-americana depois dos dados mais fracos dos setores industrial e de
serviços da China.

“Até agora, os PMIs do setor industrial regional foram amplamente
positivos nos Estados Unidos”, disse Bullard, lembrando que a leitura
preliminar do PMI industrial norte-americano caiu a 50,8 pontos em fevereiro,
mas permaneceu em território de expansão.

Segundo projeções do Wells Fargo, a atividade industrial dos Estados
Unidos medida pelo índice do Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em
inglês) deve sofrer alguma alteração em fevereiro depois de alcançar 50,9
pontos em janeiro.

“O ISM industrial de fevereiro deve ser mais sensível às questões de
produção e cadeia de suprimentos na China do que muitas das pesquisas
regionais e, portanto, oferece algum risco negativo. Além disso, a coleta de
dados para as pesquisas regionais de indústria é tendenciosa na primeira parte
do mês e, portanto, pode não capturar ramificação econômica negativa do
novo coronavírus”, afirmou Bullard.

Na Europa, os agentes do mercado aguardam a confirmação da resiliência
observada nas leituras preliminares dos PMIs de fevereiro.

“As leituras finais de fevereiro ajudarão a determinar o impacto
econômico do novo Covid-19. Na pesquisa preliminar, o setor manufatureiro
europeu observou restrições de fornecimento de materiais essenciais devido aos
cancelamentos de remessas para fora da China, enquanto novos pedidos de
exportação caíram substancialmente à medida que as vendas para a China
recuaram”, disseram analistas do Deutsche Bank em nota.

Para Perrault, da Scotiabank Economics, a incerteza ainda deve predominar
sobre mercados e indicadores até o final de março. “Estamos lidando como o
medo. Não sabemos ainda como as pessoas vão reagir, se as pessoas viajarão
menos, e gastarão menos. Só saberemos de fato o impacto desse vírus sobre a
economia global depois do primeiro trimestre”, completou. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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