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CORONAVIRUS: Produtores rurais se preparam para diminuir riscos

1 de abril de 2020
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Porto Alegre, 1 de abril de 2020 – O produtor rural brasileiro tem buscado
informações para encarar o novo coronavírus, de forma a evitar que o
prejuízo já esperado fique ainda maior. De acordo com a Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), pequenos e médios produtores têm sido
os que mais buscam informações junto à entidade.

A guerra é contra o vírus, e em defesa do negócio, dos entes queridos e
das equipes que trabalham no campo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) indicam que mais de 15 milhões de pessoas trabalham nos
estabelecimentos agropecuários do país.

De acordo com CNA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), como o setor agropecuário brasileiro já tem uma rotina de cuidados
constantes em relação a procedimentos sanitários, poucas mudanças de rotina
serão implementadas. Boa parte delas, similares aos cuidados sugeridos pelo
Ministério da Saúde à população como um todo.

Mesmos assim, alguns pontos da rotina foram alterados em função das
medidas preventivas de contaminação. Em especial, no sentido de manter as
distâncias recomendadas entre as pessoas; de fazer higienização; e cuidados a
mais com suas equipes. Entre eles o aumento do número de carros e ônibus
usados para o transporte de trabalhadores. “São medidas que já foram
repassadas e adotadas pelos produtores”, disse à Agência Brasil a
superintendente técnica adjunta da CNA Natália Fernandes.

Boas práticas

Diretor do Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas, da
Secretaria de Inovação do Mapa, Orlando Melo de Castro diz que as “boas
práticas já rotineiras” evitam a propagação deste e de qualquer vírus.

Procedimentos como a limpeza constante de equipamentos e a não entrada de
pessoas estranhas nos locais são cuidados já adotados na rotina do produtor,
explica Castro. “Vale ter mais cuidados com a propriedade, em especial com a
limpeza sanitária dos veículos que nela entrarem. E, claro, os cuidados de
higiene pessoal, que têm de ser redobrados a exemplo do que deve ser feito na
cidade: lavar as mãos com frequência, evitar circulação e ambientes com
aglomeração. Há também o cuidado de evitar que os animais de uma propriedade
tenham contato com os de outra”, disse ele à Agência Brasil.

“Os produtores estão engajados e se consideram responsáveis pela
manutenção do abastecimento de alimentos. Principalmente os pequenos e médios
produtores, porque os grandes têm melhores estruturas e capacidade de
adaptação dessas estruturas por, em alguns casos, envolverem menor uso de mão
de obra, o que diminui o fluxo de pessoas”, acrescentou a superintendente da
CNA.

Transporte

Entre as recomendações do Mapa estão algumas relativas à circulação
de mercadorias e cuidados pessoais na logística. “Estamos tendo um cuidado
maior com a limpeza dos equipamentos. A limpeza é diária, e o compartilhamento
deve ser evitado”, informa a superintendente da CNA.

De forma geral, a distribuição de alimentos está fluindo bem tanto nas
rodovias como nos portos, segundo a CNA. “Relatos de produtores apontaram
empecilhos, mas por meio de canais criados pela CNA com autoridades públicas
temos repassado os problemas pontualmente ao Ministério da Infraestrutura, que
tem atuado com as secretarias municipais de forma rápida, a desfazer esses
pontos”, disse Natália referindo-se a medidas municipais que, em algumas
localidades, criaram barreiras para o fluxo de pessoas e cargas.

Alimentos

Natália Fernandes explicaque a primeira preocupação da CNA foi a de garantir
que a produção e a distribuição dos alimentos fosse classificada como
atividade essencial, o que já foi com o Decreto 10.282, de 20 de março de
2020, que inclui, além da cadeia produtiva de alimentos, a bebida como
essencial.

Dessa forma, tanto CNA como Mapa dizem não haver riscos de
desabastecimento no país, em função do novo coronavírus. “Mas essa é uma
questão que precisa e está sendo avaliada e reavaliada constantemente pelas
autoridades para evitar surpresas”, explica o diretor do Ministério da
Agricultura.

Impacto financeiro

A CNA não tem, até o momento, uma avaliação precisa do impacto da
covid-19 para o agronegócio. Mas já sabe que, setorialmente, alguns produtores
têm sido mais afetados. É o caso dos produtores de flores e plantas
ornamentais, que são comercializadas principalmente em supermercado, feiras e
eventos.

“Nesse caso, a redução do faturamento chegou a 90% na comparação com o
ano anterior. Este foi o primeiro setor a sentir uma queda drástica de
consumo. Em um primeiro momento, pela queda nas compras e, depois, pelo
cancelamento de novas compras pelos estabelecimentos que tiveram de fechar as
portas. Essa tendência deve permanecer pelos próximos meses, por conta dos
eventos cancelados”.

O Dia das Mães é a principal data deste setor. “Se continuar assim até
maio, o setor provavelmente não venderá o que vendia antes, e a expectativa é
de que as perdas superem R$ 1 bilhão”, acrescenta.

Um outro setor que já sente os efeitos da pandemia de covid-19 é o de
hortaliças, que tem apresentado uma variação bastante grande tanto de demanda
como de preços. “No começo da quarentena, a população fez compras iniciais
bem grandes. Depois notamos um recuo nas vendas de tomates, frutas e,
principalmente, hortaliças. Isso se explica também pelo fechamento de bares e
restaurantes”, explica Natália.

Animais

O diretor do Ministério da Agricultura faz um alerta: os animais criados
pelos produtores rurais podem passar a doença adiante mesmo não tendo o vírus
circulando em seu organismo. Basta que ele o tenha em algum ponto da parte
externa, após ser manuseado por alguém contaminado.

“O vírus é como uma chave que procura uma fechadura. Cada animal tem uma
fechadura, que o vírus pode ou não se encaixar. Em geral, vírus que
contamina o animal não contamina o homem porque são fechaduras diferentes. No
entanto, apesar de não serem vetores da covid-19, eles podem passar a doença
adiante através da pelagem, por exemplo se alguém contaminado tossir ou
espirrar próximo”, disse Castro ao explicar que o procedimento preventivo,
nesse caso, é similar ao de qualquer superfície que possa estar infectada.
“Basta limpar”.

Castro tranquiliza os consumidores quanto a carnes e lácteos certificados,
já que são grandes os cuidados adotados por frigoríficos.

Ajuda do governo

O Ministério da Agricultura informa que está ouvindo produtores de
diferentes cadeias para, a partir de análises de situação, ver o que está,
de fato, acontecendo e, então, implementar políticas públicas de ajuda aos
produtores brasileiros.

Do ponto de vista econômico, ele sugere que os produtores busquem novos
canais, além de mercados e das Ceasas, que estão fechados por conta da
quarentena. “Pensem alternativas de entrega, de forma a minimizar suas
perdas”, sugere.

Propostas da CNA

A CNA tem apresentado sugestões de medidas para garantir a logística e a
manutenção da distribuição. Entre as propostas apresentadas está a garantia
de compra dos produtos contratados para as escolas públicas, que, diante da
quarentena, foram fechadas. “A ideia é a de, garantida a compra pelo governo,
direcionar esses alimentos às famílias dos estudantes”.

A entidade defende também a ampliação das compras que o governo faz
junto a agricultores familiares, destinadas a famílias carentes; e o
estabelecimento de medidas e requisitos que orientem o funcionamento de feiras
livres, fechadas como estratégia de evitar aglomerações.

“São orientações, procedimentos e cuidados para que essas feiras
funcionem espeitando distâncias mínimas entre barracas e pessoas, prevendo
controle de entrada, e que os alimentos já estejam pesados para evitar
manipulação. Geralmente essas feiras já funcionam em ambientes abertos e com
circulação de ar”, detalhou a superintendente da CNA.

Em parcerias com o poder público e com empresas de e-commerce, a CNA está
implementando medidas visando viabilizar comércio online e plataformas
integradas, para fazer a conexões diretas entre produtores, consumidor final e
comerciantes, de forma a facilitar escoamento e vendas regionais.

Uma das medidas já adotadas é a criação de um grupo de Whatsapp para
tirar dúvidas e ajudar os produtores rurais. O canal está aberto a todos, no
número 61-9 3300 7278. As informações partem da Agência Brasil.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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