Suinocultura

Dedicação cinquentenária sob vigor familiar

24 de abril de 2014
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A suinocultura é uma atividade fantástica, que posiciona o Brasil no mercado mundial, gera empregos e movimenta a economia de várias regiões do país. Porém, não raramente também enfrenta instabilidade e períodos desafiadores. Nesse cenário, entram em cena produtores que são exemplos de dedicação e persistência e engrandecem a cadeia produtiva como um todo.

Um caso de perseverança e comprometimento é protagonizado pela Suinocultura Gobbi, empresa pertencente à família do mesmo nome, de Rondinha (RS) composta por pessoas com uma rica e exemplar história de longevidade, com investimento e paixão pela atividade.

Essa história completa 50 anos em abril de 2014 e retrata uma trajetória vencedora e cheia de desafios a partir de seu sócio fundador Nelson Luiz Gobbi, filho de agricultores da comunidade de São Valentim, ao lado da mulher Etelvina Maria Gobbi.

“Meu pai servia ao Exército como soldado na cavalaria de Alegrete (RS) e retornou para Rondinha em 1964. Foi quando o meu avô Armindo Silvestre, que era dono de hotel, cedeu um espaço ao lado do estabelecimento e meu pai começou uma loja de venda de tecidos e depois de roupas feitas”, recorda o filho Rogério.

Os anos foram passando e o patriarca da família Gobbi ampliou os negócios, diversificando o comércio para cereais (milho e soja) até começar na suinocultura e na venda de ração ensacada.

Em 1967, se juntou ao negócio Alcides Gobbi (irmão de Nelson), passando a ser sócio na atividade. Esse reforço ajudou a família a continuar com motivação ainda maior, inclusive expandindo os negócios na área de armazenagem de grãos e comercialização de suínos.

E, assim, a empresa foi caminhando naquela que seria a vocação da família Gobbi e em uma região importante para a suinocultura gaúcha, já que, em 1972, o município de Rondinha foi destaque no cenário estadual como a maior produtora de suínos do Rio Grande do Sul.

Mais recentemente, no ranking de 2012, o município apareceu em sétimo lugar no Estado, com 101 mil animais terminados e abatidos. A primeira colocada foi Nova Candelária, com 214 mil animais terminados.

Auxílio precoce

A partir dos 12 anos de idade tanto Rogério como o irmão Mauro já ajudavam o pai nas tarefas de coleta e entrega de mercadorias. Alguns anos depois o irmão caçula Alexandre se juntaria a eles, após vivenciar experiências próprias de empreendedorismo.

“Nosso irmão Alexandre sempre teve vocação para montar e desmontar coisas, mexendo com atividades de conserto e manutenção. Não por acaso é ele quem cuida da área de manutenção de máquinas (caminhões e veículos) e equipamentos da empresa”, informa Rogério.

Em 1992, os Gobbi sofreram a perda do patriarca e fundador da base das empresas da família, hoje estabelecidas como Suinocultura Gobbi e Cerealista Rogepal. “No dia 13 de setembro de 1992, quando meu pai tinha 49 anos, foi vítima de um tipo raro e muito agressivo de câncer, que o levou em apenas 27 dias”, recorda Rogério.

Nesse momento, Mauro, que administrava uma filial na região, foi convocado pelos irmãos para assumir a parte administrativa da empresa enquanto Rogério ficaria responsável pela gerência de produção, Alexandre se encarregaria do setor de manutenção e o tio seria um dos responsáveis pela entrega dos animais, devido à preferência de querer passar mais tempo na boleia de um caminhão, como é até hoje.

A família Gobbi deu início à produção própria, em 2007. Até então, o negócio oscilava em termos de volumes de produção devido aos gargalos de entrega de animais. “Não existia oferta constante de animais para abate. Para garantir o volume de fornecimento passamos a investir na produção própria pelo sistema de integração. De início, com 500 animais em terminação, o que já era muito na época”, diz Rogério.

Dois anos depois, a família Gobbi adquiriu sua primeira granja própria e começou a trabalhar em sistema de comodato com 130 de fêmeas. Hoje, essa mesma unidade está com 500 matrizes, utilizadas como material genético para reprodução, via inseminação artificial, e para a produção de fêmeas para reposição.

Em relação aos suinocultores integrados, hoje são 62 parceiros, que compõem rede de 12 granjas, mais crechários em Rondinha e Sarandi, com aproximadamente 11 mil leitões (entre 25 e 60 dias de vida), posteriormente transferidos para uma das 50 unidades de engorda/terminação.

Além de Rondinha, estas unidades estão espalhadas por sete municípios gaúchos: Sarandi, Barra Funda, Chapada, Novo Barreiro, Ronda Alta, Entre Rios do Sul e Três Palmeiras. E outras cinco Unidades Produtoras de Leitões (UPLs) ficam em Pinheirinho do Vale, Constantina, Entre Rios do Sul, Barra Funda e Rondinha.

Atualmente, a escala da empresa tem sido de dois mil animais produzidos por semana, com peso médio de 110 quilos, sendo que 10% dessa oferta ficam no Rio Grande do Sul e 90% são entregues às indústrias do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

Na parte cerealista da família Gobbi, a empresa Rogepal tem capacidade de armazenagem de grãos de 18 mil toneladas de grãos ou 300 mil sacas, volume suficiente, de acordo com Rogério Gobbi, para o abastecimento do sistema de produção da empresa suinícola, que processa, em média, duas mil toneladas de ração formulada por mês.

Em 2013, a Suinocultura Gobbi produziu e transportou 226 mil suínos. Neste ano, a meta estabelecida pela família Gobbi é dar continuidade ao trabalho já iniciado, sempre em busca de melhor eficiência na produção e nos serviços prestados, contando com seus parceiros e colaboradores, que compõem os alicerces sólidos da empresa.

“A suinocultura requer muito trabalho sob planejamento bem delineado e medidas criativas e práticas para a contenção de custos, devido a sua volatividade”, resume Mauro Gobbi, responsável pela área administrativo-financeiro da empresa.

Ao longo de meio século de atividade da empresa sob gestão exclusivamente familiar, os quatro sócios são unânimes em reconhecer que a seriedade e a honestidade sempre nortearam as ações comerciais da empresa.

“Estes foram, sem dúvida, os mais importantes pilares deixados pelo nosso pai. São grandes referências de valores na família Gobbi que até hoje levamos como uma missão em nosso negócio, o qual se diferencia porque fazemos questão da proximidade com o produtor. Temos orgulho da atividade que exercemos e pelos anos que conseguimos prosperar e permanecer como empresa familiar”, ressalta Rogério.

Nova geração a caminho

Rogério Gobbi está com 43 anos; Mauro Gobbi, com 45 anos; Alexandre Gobbi, com 41 anos; e o tio Alcides Gobbi, com 67 anos. Para reforçar o clã familiar, também trabalham na empresa Raquel, esposa de Rogério, auxiliando-o nas decisões da gerência de produção; Meire, esposa de Mauro e as filhas Natane (21 anos) e Paula (15 anos), que também ajudam na parte administrativa.

Junto com eles também estão Milene (esposa de Alexandre) e a filha do casal Lívia (11 anos), que recentemente ganhou uma irmãzinha, Laura, com pouco mais de seis meses de idade.

Os filhos de Rogério e Raquel, os jovens Nelson (17 anos), Matheus (15 anos) e o caçula Caetano (11 anos), já começaram a acompanhar os pais nas atividades operacionais da empresa e, como os demais jovens já na ativa, representam a terceira geração de sucessores.

“Nós tivemos apenas o nível técnico na formação profissional. Para essa nova geração, os tempos são outros e temos condições de orientá-los para seguir pela escolha de profissões com nível superior e, quem sabe, com o perfil voltado ao negócio da família”, finaliza Rogério.

 

Fonte: NFT Alliance.

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