Porto Alegre, 6 de agosto de 2021 – A área tratada com defensivos
agrícolas cresceu 12,3% no segundo trimestre deste ano em comparação com o
mesmo período de 2020. Entre abril e junho, foram tratados 175,2 milhões de
hectares. Entre os principais motivos do aumento está o crescimento do desafio
com fungos, insetos e plantas daninhas em diversas culturas. A área tratada
representa a multiplicação de área cultivada por volume de produtos e
quantidade de aplicações realizadas e representa a metodologia que melhor
reflete o uso efetivo de defensivos pelos agricultores. Os dados estatísticos
fazem parte de levantamento exclusivo encomendado pelo Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
“No 2o trimestre de 2020, foram tratados 156 milhões de hectares. Isso
significa que, de abril a junho deste ano, houve incremento de 19,1 milhões de
hectares. Esse fenômeno vem ocorrendo de forma consecutiva desde 2017, quando
foram tratados 104 milhões de hectares no segundo trimestre. Essas
estatísticas revelam a constante e crescente preocupação dos produtores
rurais com os desafios fitossanitários que prejudicam as lavouras e que, se
não enfrentados, causam grandes perdas de produção, proporcionando
insegurança alimentar ao país”, afirma o presidente do Sindiveg, Júlio
Borges Garcia.
A eficácia dos defensivos aplicados utilizados nas plantações
brasileiras contribui para o fortalecimento da economia nacional, principalmente
durante a pandemia da Covid-19, e da produção recorde de alimentos – o mais
recente levantamento da Conab indica safra de grãos próxima a 261 milhões de
toneladas. No segundo trimestre, os insumos também foram relevantes para a
defesa de cultivos contra a escassez de água. Com a escassez de chuvas, as
ervas daninhas competem com as plantas por nutrientes e por água, impedindo o
desenvolvimento normal das lavouras.
Em volume, os defensivos aplicados no 2o trimestre atingiram 113,3 mil
toneladas, ante 101,9 mil t em igual período do ano passado – elevação de
11,1%. Entre os principais segmentos de produtos, verificou-se crescimento de
25% no uso de fungicidas (de 17,4 mil para 21,9 mil toneladas), de 10% no uso de
herbicidas (de 38 mil para 41,7 mil toneladas) e de 8% no uso de inseticidas
(de 33 mil para 35,6 mil toneladas). Os dados foram encomendados pelo Sindiveg
à Spark Consultoria Estratégica e ajudam a compreender os problemas
enfrentados por agricultores de todas as regiões brasileiras.
“O segundo trimestre é marcado pelo clima de outono e o início do
inverno, com tempo seco e mais ameno do Centro-Oeste ao Sul, mas ainda quente no
Nordeste. A falta de chuvas é um desafio constante para as culturas. Nesse
cenário, o uso de defensivos agrícolas é essencial para evitar prejuízos em
um ciclo de produção altamente impactado pelo clima. Afinal, se o clima é
imprevisível, o uso de modernas tecnologias de proteção das culturas e
controle de pragas é indispensável para o Brasil cumprir o seu papel como
grande produtor de alimentos, fortalecendo não apenas a balança comercial, mas
a geração de renda e de empregos no campo”, diz Garcia.
O valor do mercado de produtos aplicados recuou 2,8% no segundo trimestre,
caindo de US$ 1,419 bilhão para US$ 1,380 bilhão. Do total, 38% referem-se a
inseticidas, 28% a herbicidas, 24% a fungicidas, 3% a tratamento de sementes e
7% a outros produtos. A variação negativa resulta da desvalorização do real
frente ao dólar, agravada pela crise econômica gerada pela crise sanitária.
Esse cenário justifica o crescimento do setor em 13,6% em moeda brasileira –
o valor de mercado subiu de R$ 6,432 bilhões para R$ 7,309 bilhões na
comparação com abril a junho de 2020.
“Somente no 2o trimestre deste ano, a perda cambial foi de 14,5%, com o
dólar médio em R$ 5,02 em junho de 2021. Além disso, a indústria continua
enfrentando forte alta nos preços de matérias-primas e embalagens, bem como
aumento no custo logístico – tanto nacional quanto internacional. O frete
marítimo segue em elevação e os fabricantes já sentem falta de determinadas
matérias-primas. A tendência é de piora desse cenário. A indústria de
defensivos cumpre o seu papel, trabalhando para evitar a escassez de
ingredientes ativos e, assim, oferecer soluções para os problemas que
prejudicam a produtividade e a rentabilidade do campo”, relata o presidente do
Sindiveg.
Em relação às principais culturas, o milho aumentou sua participação
no total de área tratada – de 15% para 28% -, enquanto o algodão (de 37%
para 28%) e o feijão (de 9% para 8%) reduziram sua participação, assim como a
cana-de-açúcar (de 11% para 10%). Ainda considerando as aplicações no
segundo trimestre, hortifrúti e pastagens representaram 3% da área tratada
cada, citros e soja 2% e café 1%. “Os 49,5 milhões de hectares de milho
tratados com insumos, destaque no trimestre, tiveram como principais alvos
insetos sugadores e lagartas, bem como os fungos”, destaca Júlio Borges
Garcia.
“Os defensivos agrícolas disponíveis no mercado brasileiro têm
eficácia comprovada pela ciência e segurança garantida por diversos órgãos
regulatórios. Em 80 anos, completados em maio de 2021, o Sindiveg trabalha para
valorizar o combate aos desafios fitossanitários, com a oferta de soluções
que garantem o aumento da produção de alimentos seguros e com qualidade à
população”, finaliza o presidente da entidade, que conta com 27 empresas
associadas.
Primeiro semestre
De janeiro a junho, a área tratada com defensivos agrícolas aumentou
9,4%, passando de 684,3 milhões de hectares para 748,6 milhões de hectares,
com destaque para os inseticidas (32% do total). Em volume, houve elevação de
7,6% (de 439.074 toneladas para 472.436 toneladas), 39% relativos a herbicidas.
O valor de mercado, em dólar, diminuiu 7,9%, passando de US$ 5,763 bilhões
para US$ 5,308 bilhões – a soja representou 31% e os inseticidas 37%. Em
moeda brasileira, houve alta de 13% (de R$ 25,188 bilhões para R$ 28,462
bilhões) no 1o semestre de 2021. As informações partem da assessoria de
imprensa do Sindiveg.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 17/04/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.883,33Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.100,00Milho Saca
R$ 72,67Preço base - Integração
Atualizado em: 24/04/2025 09:50