SAFRAS (18) – A Argentina está iniciando os procedimentos para uma troca
de dívida que permita honrar os passivos reestruturados sob a lei local, após
um revés na justiça dos Estados Unidos que deixou o país próximo de um
default, afirmou nesta terça-feira o ministro da Economia, Axel Kicillof.
O ministro disse que a Argentina adotará as medidas necessárias para
garantir que honrará os compromissos aos detentores de dívida reestruturada,
um dia após sofrer um revés no processo movido por investidores que não
aceitaram os swaps de dívida em 2005 e 2010.
“Não podemos permitir que nos impeçam de honrar nossos compromissos com
os credores, com os detentores de bônus que entraram na reestruturação”,
afirmou Kicillof a jornalistas. “É por isso que estamos iniciando os passos
para iniciar uma troca de dívida para pagá-la na Argentina sob a lei
argentina”, acrescentou.
Após o default de 2001 e 2002 em 100 bilhões de dólares, credores de 93
por cento dos bônus da dívida argentina aceitaram participar das trocas dos
papéis, reduzindo para 25 a 29 centavos de dólar cada dólar devido.
A Suprema Corte norte-americana se recusou na segunda-feira a ouvir o
recurso do país sobre a tentativa de evitar o pagamento de 1,33 bilhão de
dólares a credores de fundos de hedge, conforme havia decidido uma instância
inferior da Justiça norte-americana.
Kicillof disse ainda que a decisão da justiça se aplicada como foi
determinada, levará o país a um novo default, porque abre a porta a processos
iniciados por outros detentores de bônus no valor de 15 bilhões de dólares.
O ministro disse que a Argentina quer normalizar as relações com
credores estrangeiros, mas não vai aceitar “quaisquer condições” para
acabar com um impasse em torno da dívida.
A decisão da Justiça dos EUA levou a agência de classificação de
risco Standard & Poor’s a rebaixar o rating da Argentina a “CCC-“, ante
“CCC+”. A S&P citou maior risco de default na dívida em moeda estrangeira do
país. As informações partem do site da Reuters.
(CBL)
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50