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ECONOMIA: Baixo crescimento marcará 2017, prevêem especialistas

26 de dezembro de 2016
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Porto Alegre, 26 de dezembro de 2016 – Um início de recuperação em meio
a um crescimento tímido e a dificuldades no cenário internacional. Para
economistas ouvidos pela Agência Brasil, as perspectivas para a economia em
2017 indicam leve melhora em relação a 2016, mas apontam para um caminho cheio
de percalços rumo à retomada da produção e do consumo.

Segundo os especialistas, o quadro político também retarda a
recuperação da economia. Para eles, o país precisa superar as pendências
políticas antes de voltar a crescer, mas essa é apenas uma parte da solução.

Para a professora de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Virene
Matesco, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no
país) crescerá no máximo 0,5% em 2017. Ela diz que somente quando
consumidores e empresários recuperarem a confiança, a economia começará a
recuperar-se plenamente.

“A recuperação da economia em 2017 depende fundamentalmente de dois
fatores: a superação da crise política e a aprovação de medidas que
sinalizem algum compromisso do governo com as contas públicas. Somente aí, o
país poderá começar a se reorganizar”, disse. “O Congresso é como um
trator que vai tirar o carro atolado, que é o Brasil. Só que o trator está
quebrado.”

Segundo Virene, mesmo a aprovação da reforma da Previdência será apenas
uma indicação para o mercado e os investidores. Isso porque tanto a revisão
no regime de aposentadorias e pensões como a emenda constitucional que cria um
teto para o gasto público têm impacto sobre as contas do governo apenas no
médio e no longo prazo. “Como os déficits nas contas públicas continuarão
persistindo, existe a possibilidade de o governo aumentar impostos para elevar a
receita”.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, concorda com
os reflexos da política sobre a economia. “Para mim, a crise atual é
fundamentalmente política. Será que os investidores continuarão dispostos a
pôr dinheiro no Brasil vendo o que está acontecendo aqui?”, pergunta.

Perfeito tem uma estimativa mais pessimista para o crescimento da economia
no próximo ano: 0,2%. Segundo ele, o resultado poderia ser melhor se o governo
ampliasse o déficit primário da União, estimado em R$ 139 bilhões para 2017,
para estimular a economia. “Um aumento de gastos seria válido se fosse
temporário e feito com transparência, mas não existe espaço político para
isso, até por causa dos erros dos governos anteriores com esse tipo de
medida”, explica.

O economista também atribui parte das dificuldades de recuperação da
economia ao cenário internacional, principalmente após a indicação do
Federal Reserve (Banco Central norte-americano) de que poderá aumentar os juros
da maior economia do planeta até três vezes em 2017 para conter os efeitos
dos cortes de impostos e da expansão dos gastos públicos do futuro presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump.

Indústria

As entidades do setor produtivo também não têm projeções otimistas
para a economia no próximo ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI)
estima crescimento de 0,5% para o PIB, com expansão de 1,3% na indústria. Para
a entidade, o investimento deve crescer 2,3% em 2017 depois de cair 11,2% este
ano.

Para o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, a ociosidade das
indústrias, que estão com grandes estoques acumulados, e as dificuldades
financeiras das famílias e das empresas dificultam a retomada do crescimento.
Segundo ele, somente quando o endividamento diminuir, o consumo e a produção
terão condições de reagir.

“Quando as empresas geram empregos, giram a economia, aumentando
investimentos, salários, consumo e produção”, explicou Castelo Branco
durante a divulgação das estimativas da entidade para a economia em 2017 no
último dia 13. Segundo ele, a aceleração das reformas da Previdência e
trabalhista e a diminuição dos desequilíbrios nas contas públicas são
importantes para que o país volte a crescer.

No fim de novembro, o Ministério da Fazenda reduziu a projeção de
crescimento do PIB para 2017 de 1,6% para 1%. A previsão oficial é mais
otimista que a do mercado. Na penúltima semana de dezembro, as instituições
financeiras estimavam expansão de 0,58% do PIB para o próximo ano, segundo o
Boletim Focus do Banco Central, publicação semanal com projeções de
analistas de mercado. As instituições projetam inflação de 4,9% em 2017 pelo
Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com informações da
Agência Brasil.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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