ECONOMIA: Bolsas asiáticas fecham sem tendência definida

Porto Alegre, 31 de março de 2015 – Os principais índices do mercado de
ações da Ásia fecharam as negociações sem tendência definida, pressionados
pela realização de lucros – caso do Xangai Composto -, mas recebendo suporte
das expectativas de que a China pode anunciar medidas de estímulo à economia.

No final de semana, o presidente do banco central da China afirmou que a
instituição pode adotar mais medidas de estímulo monetário para combater o
enfraquecimento da inflação. Durante evento, Zhou Xiaochuan disse também que
ainda há “mais espaço” para afrouxar a política monetária se a inflação
e a economia continuarem desacelerando.

Os comentários geraram apostas de que a China adotaria novas medidas de
estímulo e ontem, após o fechamento do pregão asiático, o governo anunciou
incentivos fiscais e regras menos rígidas para a compra e venda de moradias no
país.

Sob as novas regras, pessoas que possuem uma casa hipotecada e quiserem
financiar a compra de uma segunda moradia poderão conseguir o empréstimo
pagando 40% do valor total do imóvel. Antes, os bancos só autorizavam esse
tipo de crédito se o comprador pagasse de 60% a 70% do valor.

O governo também afrouxou algumas regras fiscais para transações com
imóveis que devem tornar as hipotecas mais baratas.

As bolsas chinesas, no entanto, reagiram com frieza ao anúncio. “Vimos
uma leve redução do pagamento necessário para a compra de uma segunda moradia
na China, mas isso não é o que o mercado acha que será anunciado”, afirmou
o Rabobank em um relatório.

O índice Xangai Composto caiu 1,02%, para 3.747,90 pontos, após ter
encerrado o pregão de ontem no maior nível desde março de 2008. Em Hong Kong,
o índice Hang Seng subiu 0,18%, para 24.900,89 pontos.

Parte da falta de motivação para o avanço reflete a pressão para a
realização de lucro nesses mercados. No mês, o Hang Seng teve alta de 0,31% e
o Xangai Composto de 13,22%, enquanto no primeiro trimestre o Hang Seng subiu
4,97% e o Xangai Composto 11,86%.

No Japão, o Nikkei 225 fechou em queda de 1,05%, a 19.206,99 pontos,
acumulando alta de 2,18% no mês e de 10,06% no trimestre. O mercado está
cauteloso antes da divulgação da pesquisa trimestral sobre o sentimento das
empresas, a Tankan, que será divulgada pelo Banco do Japão (BoJ).

“O mercado japonês tem estado essencialmente em busca do risco desde
meados de janeiro”, afirmou o estrategista da CLSA Nicholas Smith. De acordo
com ele, o programa de compras de ativos por parte do BoJ só torna mais
difícil para que outros investidores comprem ações baratas.

Em Seul, o índice Kospi avançou 0,54%, para 2.041,03 pontos, acumulando
alta de 2,78% em março e de 5,94% no primeiro trimestre. As informações são
da Agência CMA.

Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS

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