‘-ECONOMIA: BOLSAS EUROPEIAS RECUAM APÓS QUEDA NOS PMIS

Porto Alegre, 01 de outubro de 2014 – Os principais índices do mercado de
ações da Europa operam em queda nesta manhã, depois da divulgação de dados
decepcionantes sobre a atividade industrial no continente.

Segundo o instituto de pesquisas Markit Economics, o índice dos gerentes
de compras (PMI, na sigla em inglês) de atividade industrial do bloco do euro
caiu para 50,3 pontos em setembro, de 50,7 pontos registrados em agosto, na
leitura revisada.

A versão preliminar havia apontado queda para 50,5 pontos em setembro.
Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade, enquanto valores
menores apontam contração. Os dados de setembro levaram a média do PMI no
terceiro trimestre (50,9 pontos) a ficar abaixo do visto no mesmo período de
2013.

Entre os países, a Irlanda permaneceu em primeiro lugar no ranking de
crescimento do PMI, com 55,7 pontos, e a Espanha ficou em segundo lugar, com
52,6 pontos. Por outro lado, Alemanha, Grécia, França e Áustria ficaram em
território de contração, abaixo da linha dos 50 pontos.

O PMI industrial da Alemanha, maior economia da zona do euro, caiu para
49,9 pontos, de 51,4 pontos em agosto. A leitura preliminar havia apontado queda
menor, para 50,3 pontos. O que pesou na atividade foi a queda na quantidade de
novos trabalhos, causada pelo enfraquecimento da economia e pela contração na
demanda doméstica.

Além disso, houve recuo nos preços de matérias primas e nos custos de
energia, o que, junto com a forte competição no mercado, levou as indústrias
a reduzirem seus preços finais, agravando os riscos deflacionários.

Os dados se somam à desaceleração da inflação na eurozona – 0,3% em
setembro ante 0,4% em agosto – e aumentam a pressão por mais estímulos do
Banco Central Europeu (BCE). Amanhã a autoridade monetária se reúne para
divulgar sua próxima decisão de política monetária.

Mesmo assim, os analistas ouvidos pela agência CMA acreditam que o banco
central ainda não deve anunciar novidades. Em vez disso, os mercados devem
receber amanhã mais informações sobre as ferramentas já divulgadas em
setembro – a compra de ativos securitizados (ABS, na sigla em inglês) e de
títulos de dívida cobertos (os chamados “covered bonds”).

“Não espero grandes mudanças no discurso introdutório do BCE. A
instituição deverá focar na execução do programa de ABS e covered bonds e
discutir também se as medidas já anunciadas são suficientes, especialmente em
relação ao objetivo de Draghi de levar o balanço de ativos para a dimensão
que teve em 2012”, afirmou Melanie Baker, economista do Morgan Stanley.

O Markit também divulgou hoje o PMI industrial do Reino Unido, que caiu
para 51,6 pontos em setembro, de 52,2 pontos em agosto, ficando apenas um pouco
acima da média histórica de 51,5 pontos.

Os dados foram acompanhados de notícias ruins para alguns países. Em
especial, a Itália teve sua projeção de Produto Interno Bruto (PIB) para 2014
revisada para baixo pelo governo.

O ministro da Economia Pier Carlo Padoan admitiu que o país encerrará
2014 em recessão e projetou retração de 0,3% para 2014 ante 2013. Em abril, a
projeção era de crescimento de 0,8%. Segundo o ministro, a economia deve se
recuperar em 2015, crescendo 0,6%, o que também representa queda ante a
projeção anterior de crescimento de 1,3%.

Já na França, o governo confirmou que reduzirá o déficit fiscal a 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) apenas em 2017, dois anos após a data inicialmente
combinada com a Comissão Europeia no ano passado. O ministro das Finanças do
país, Michel Sapin, atribuiu o atraso na redução do déficit à perspectiva
de fraco crescimento da economia francesa do período.

Por volta das 11h, o índice FTSE 100, da bolsa de Londres, caía 0,97%, a
6.558,32 pontos; o CAC-40, de Paris, recuava 1,22%, a 4.362,56 pontos; o FTSE
MIB, de Milão, perdia 1,11%, a 20.661,18 pontos; o SMI-20, de Zurique, tinha
queda de 0,18%, a 8.819,55 pontos; o Ibex-35, da bolsa de Madri, caía 0,65%, a
10.775,10 pontos; e o DAX-30, da bolsa de Frankfurt, recuava 0,81%, a 9.397,3
pontos. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS

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