‘-ECONOMIA: CENÁRIO ELEITORAL FAVORÁVEL A AÉCIO MANTÉM ALTA DO IBOVESPA

Porto Alegre, 9 de outubro de 2014 – O cenário eleitoral favorável à
eleição do candidato da oposição Aécio Neves (PSDB) influencia a alta de
hoje de papéis mais sensíveis às questões eleitorais – como Petrobras e
bancos. Por outro lado, a hesitação da ex-senadora Marina Silva (PSB) em
apoiar a oposição pode mudar a expectativa do mercado para esta quinta-feira.

A assessoria de imprensa de Marina declarou que ela não deve falar hoje
sobre quem apoiará no segundo turno, mesmo depois de representantes do PSB,
partido que a lançou como candidata a presidente, e do Rede, grupo político da
ex-senadora, afirmarem que ela ficará ao lado do tucano.

“Essa declaração da Marina pode vir a mudar a expectativa do mercado”,
comenta Elad Victor Revi, analista de investimentos da Spinelli Corretora.

Enquanto, a ex ministra do Meio Ambiente permanece em silêncio, o
cenário eleitoral continua a favorecer o candidato da oposição, ajudando na
valorização de papéis na Bolsa.

“Vemos a apreciação de ativos ligados às eleições. Ontem, as
declarações de Paulo Roberto Costa [ex-diretor de refino e abastecimento da
Petrobras] comentando sobre desvios do governo e base governista e as alianças
importantes do Aécio Neves junto ao PSB e PV contribuem para a alta desses
ativos”, diz Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos.

O ex-diretor da petroleira declarou que foi indicado ao cargo para montar
um esquema de propinas para políticos sobre valores superfaturados de contratos
da estatal com empreiteiras e fornecedores. Costa citou os partidos PT, PMDB e
PP e afirmou que o esquema ajudou a financiar a campanha eleitoral de
parlamentares em 2010.

Pereira destaca, ainda, que a detenção do ex-assessor do Ministério das
Cidades Marcier Trombiere Moreira também contribui para o avanço da
oposição. “O fato de a Polícia Federal estar investigando isso é mais um
fator positivo para a oposição”, diz.

Na contramão, questões ligadas ao mercado externo podem segurar ganhos.
Para o analista da Spinelli Corretora, influenciam negativamente os mercados
hoje os sinais vindos da ata da reunião mais recente do comitê de política
monetária do banco central dos Estados Unidos de que a taxa referencial de
juros do país continuará perto de zero por mais algum tempo.

“O Fed [Federal Reserve] indicando que não aumentará as taxas de juros
tão cedo não é tão positivo, porque também indica uma lenta recuperação
global, o mercado, de forma geral, não está atendendo toda a sua capacidade”,
diz Revi.

Por volta das 12h10 (de Brasília), o Ibovespa subia 1,33%, aos 57.818,84
pontos, mas já chegou a atingir a mínima de 57.076,88 pontos. As informações
partem da Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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