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ECONOMIA: Copom inicia reunião em Brasília com novo presidente do BC

19 de março de 2019
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Porto Alegre, 19 de março de 2019 – O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC) iniciou hoje, em Brasília, a segunda reunião de
2019 para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano.
Nesta quarta-feira (20), às 18h, será anunciada a taxa.

Essa será a primeira reunião comandada pelo novo presidente do BC,
Roberto Campos Neto, além de dois novos diretores: Bruno Serra Fernandes
(Política Monetária) e João Manoel Pinho de Mello (Organização do Sistema
Financeiro). O Copom, composto pelo presidente e oito diretores, reúne-se oito
vezes no ano.

Indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em novembro do ano
passado, Campos Neto só tomou posse no fim de fevereiro porque precisou ser
sabatinado pelo Senado Federal e ter o nome aprovado.

Na cerimônia de transmissão de cargo na última semana, Campos Neto
ressaltou que se empenhará para que o Banco Central cumpra as duas principais
missões: manter o poder de compra da moeda por meio de inflação baixa e a
solidez do sistema financeiro. Ele disse que buscará manter a inflação em
níveis baixos e controlados. Prometeu continuar a aprimorar a transparência na
comunicação do Banco Central com a sociedade. Campos Neto também reforçou a
defesa da
autonomia do BC.

Como é feita a reunião do Copom

No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técnicas sobre a
evolução
e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do
mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom avaliam as perspectivas
para a inflação e definem a Selic.

O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto
– comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros
próxima ao valor definido na reunião.

A taxa básica, que serve de referência para os demais juros da economia,
é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro
Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic).

A manutenção da Selic no atual patamar, como prevê o mercado financeiro
em pesquisa feita pelo BC, indica que o Copom considera as alterações
anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação,
objetivo que deve ser perseguido pelo BC.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do
crédito e incentivar a produção e o consumo. Entretanto, as taxas de juros do
crédito não caem na mesma proporção da Selic. Segundo o BC, isso acontece
porque a Selic é apenas uma parte do custo do crédito.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os
preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de
inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança.

O BC usa a taxa Selic como instrumento para alcançar a meta de inflação,
definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Neste ano, a meta é 4,25%,
com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para instituições
financeiras, a
inflação, medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
deve ficar em 3,89%, em 2019.

Histórico

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa Selic foi mantida em 7,25% ao
ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% em julho de
2015. Nas reuniões seguintes, ela foi mantida nesse patamar.

Em outubro de 2016, foi iniciado um longo ciclo de cortes na Selic, quando
a taxa caiu 0,25 ponto percentual, indo para 14% ao ano. Esse processo durou
até março de 2018, quando a Selic chegou ao seu mínimo histórico, 6,5% ao
ano, e depois disso foi mantida pelo Copom. As informações partem da Agência
Brasil.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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