Porto Alegre, 3 de maio de 2023 – Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária
(Copom) manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, em decisão unânime. No comunicado, o
Copom deixa claro que poderá ajustar a política monetária e que “não hesitará em retomar o
ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Mas inclui no
comunicado que este cenário é menos provável.
Para o Copom, a manutenção da taxa de juros “é compatível com a estratégia de convergência
da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024”. O
grupo avalia que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços,
essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e
fomento do pleno emprego”.
Segundo o comunicado, “por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a
apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da
política fiscal”. Ainda conforme o Copom, “por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um
estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de
inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária”.
O Copom enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a
aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva
o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional. “Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o
cumprimento das metas”.
Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a
estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de
assegurar a convergência da inflação.
“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de
desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que
a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária”, frisa.
Na decisão, o Copom classificou de adverso o ambiente externo. “Os episódios envolvendo bancos
no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras
até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais
economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas,
em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”.
Em relação ao cenário doméstico, para o Copom, o conjunto dos indicadores mais recentes de
atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, “ainda
que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho”. Segundo o comunicado, a inflação ao
consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo
compatível com o cumprimento da meta para a inflação.
O grupo cita, como fator de risco inflacionário, uma maior persistência da inflação global,
a incerteza sobre o desenho final do arcabouço a ser aprovado pelo Congresso, a desancoragem maior
da expectativa de inflação para prazos mais longos. Para baixa, o comunicado aponta uma queda
adicional nos preços da commodities internacionais em moeda local, a desaceleração da economia
global e uma desaceleração na concessão de crédito maior do que seria compatível ao atual ciclo
de política monetária.
O Copom manteve as projeções de inflação neste ano e no próximo. Para 2023, o comitê
projeta uma inflação de 5,8% e de 3,6% em 2024.
As informações partem da Agência CMA.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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