ECONOMIA: Declarar guerra e novo auxílio requer muito cuidado – Guedes

São Paulo, 26 de janeiro de 2021 – O governo está preparado para agir
“com o mesmo tom” do ano passado no enfrentamento aos efeitos econômicos da
pandemia de covid-19, mas só vai “declarar guerra” e adotar um novo auxílio
emergencial contra a doença caso a situação se agrave e, neste caso, será
necessário compensar as despesas incorridas pelo governo, afirmou o ministro da
Economia, Paulo Guedes.

“Temos o protocolo da crise, aperfeiçoado agora. Ano passado, quando
criamos auxílio emergencial, tivemos que esperar PEC de guerra para autorizar a
violação da regra de ouro, do teto [de gastos]. Por isso que digo que é
preciso ter muita responsabilidade quando você ‘declara a guerra'”, disse
Guedes durante um evento promovido pelo Credit Suisse.

“Se disser que a pandemia está realmente assolando o Brasil de novo, vai
declarar estado de guerra. Significa o seguinte: não tem aumento de salário
durante dois anos para funcionalismo, os pisos estão todos bloqueados, o
‘desindexar, desvincular, desobrigar’ – tem que fazer aquilo”, acrescentou.

“Se apertar botão vermelho de emergência, não é só pegar o dinheiro e
sair correndo. Tem que fazer todo o protocolo. Tem que pagar pelo custo da
guerra, não pode empurrar isso para outras gerações”, afirmou.

“Se apertar botão aqui vai ter que travar o resto todo. Vamos esperar
pelo melhor, que com vacinação em massa as mortes estejam descendo, começa a
descer. Se concentrar nos próximos dois meses, focalizar neste segmento
específico [idosos], pronto, a coisa desce, está controlada. E Brasil segue a
vida normal. Se não for o caso, já existe o protocolo da crise”, disse
Guedes. “Mas tem que pensar 10 vezes” antes de apertar o botão, afirmou.

As informações são da agência CMA.

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