ECONOMIA: Ibovespa sobe após Fed não sinalizar antecipação de alta de juros

Porto Alegre, 18 de março de 2015 – O Ibovespa, principal índice da
BM&FBovespa, encerrou o pregão com forte valorização, após o Federal Reserve
(Fed, o banco central norte-americano) sinalizar que não pretende antecipar a
alta de juros.

No entanto, o Fed removeu de seu comunicado de política monetária o
trecho em que dizia que seria “paciente” ao normalizar a taxa básica de juros
dos Estados Unidos. Em decisão unânime, a taxa de juros foi mantida entre
zero e 0,25% ao ano.

A retirada do termo “paciente” era amplamente aguardada pelo mercado e
é interpretada por muitos analistas como um sinal de que a primeira elevação
dos juros acontecerá em junho. No lugar deste trecho, o Comitê Federal de
Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) passou a dizer “um aumento dos juros
continua sendo improvável na reunião de abril”.

“O Ibovespa fez uma recuperação em função da ata do Fed, que
sinalizou ao mercado o que estava sendo esperado. O mercado não trabalhava com
a hipótese de eles anteciparem a elevação da taxa”, explica Waldney Trindade
Nery, integrante da mesa de operações da Uniletra Corretora.

Nicolas Takeo, analista da Socopa, avalia que o pregão também serviu
para que os investidores fizessem ajustes, o que levou ao avanço do índice.

O Ibovespa encerrou o pregão com alta de 2,47% aos 51.526,19 pontos. O
volume financeiro do mercado foi de R$ 8,059 bilhões. No mercado futuro, o
índice com vencimento em abril subiu 2,54%, para 52.050 pontos.

PERSPECTIVA

Como a ata do Fed afirma que sua decisão de elevar os juros continuará
dependendo de dados econômicos, os investidores devem ficar atentos ao número
de novos pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos que será divulgado às
9h30.

Analistas esperam alta para 291 mil pedidos na semana terminada em 14 de
março. Na semana terminada em 7 de março, os pedidos caíram em 36 mil, para
289 mil.

“O investidor vai tentar ver se a força compradora supera 52 mil
pontos. A tendência é neutra, podendo até ser negativa”, diz Trindade.

Takeo lembra que há fatores políticos que recentemente vêm fazendo
forte pressão no Ibovespa e, por isso, a eventual ocorrência de fator novo
torna imprevisível a abertura do pregão amanhã. As informações partem da
Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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